nunca mais me lembrei de partilhar esta...
1 de Janeiro 2010 - dia de Ano Novo.A cidade da Maia dorme incaracteristicamente às 8 da manha de um dia de semana. O frio que se faz sentir não me incomoda, incomoda-me sim pensar no frio que vou encontrar à chegada a Londres.
Faço o check-in no aeroporto, já tarde como vai sendo costume e nem 20 minutos depois estou no ar.
A viagem passa rápido, nunca durmo nos aviões, não por stress que inevitavelmente a viajar 90x por ano simplesmente não tenho, mas porque acho desconfortável… mas hoje “aterrei” e só acordei já com o avião a tocar o chão
Mal abrem a porta começa o festival - neva em Stansted.
Engreno o ritual do passo rápido ao longo dos corredores para ser dos primeiros no controlo de passaportes e em 15 minutos contados estou à beira da GSA que me espera no "short-stay" em hibernação.
Recordo que o ultimo dia antes das férias tinha sido atribulado, um parafuso enorme no pneu traseiro, um taco metido a muito esforço com as mãos enregeladas, a dúvida sobre se o trabalho aguentaria o tempo de paragem e a viagem de hoje.
Retiro a capa e vislumbro a GSA, adormecida, maltratada pelo sal das estradas, com pontos de ferrugem nos discos e aqui e ali que de resto eu esperava.
As botas tiveram que ficar por cima das malas por não caberem lá dentro com o resto do equipamento e ferramentas. Estão um bloco de gelo.
Dou ao Start… a GSA hesita meio segundo mas logo o boxer volta à vida!
Esteve quase 3 semanas parada, sob temperaturas negativas aguentou o pior nevão do ano em Londres e pegou à primeira, nunca me deixa mal.
Coloco as botas por cima dos cilindros e deixo-as a descongelar 15 minutos com a mota a trabalhar enquanto me equipo.
Passo por casa, troco de equipamento, preparo as malas, pego no portátil e começo a matutar sobre o trajecto. O plano inicial era atravessar o canal e atravessar França, Bélgica, Holanda, Alemanha e se possível dar um pulo à Polónia, Eslovénia e República Checa… muitos kms para apenas 4 dias mas não seria a primeira vez.
É sempre a escolha entre viajar longas horas de mota ou fazer trajectos mais curtos e gozar melhor os locais onde passo, habitualmente a mota vence a disputa, no entanto opto por não me meter na Europa
Sei que todo o Norte da Europa está coberto de neve, na Polónia a vaga de frio atingiu -30ºC e se algo acontece posso não conseguir estar de volta segunda à noite para começar terça feira, por isso vou manter-me pelo Reino Unido, onde mesmo que fique apeado posso sempre regressar a Londres de comboio para trabalhar.
O frio lá fora desencoraja a sair de casa, já são 3 da tarde, a esta latitude dentro de 1 hora é noite - ainda penso duas vezes mas a vontade de aproveitar cada segundo destes 4 dias vence - rumo a Norte
O plano é ir o mais a norte possível, duvido que chegue à Escócia, mas mesmo que fique pelas províncias do norte de UK, tenho 3 pontos de passagem na check-list: parque natural de "Yorkshire Dales", parque natural de "Lake District" e a famosa Hadrians Wall ou muralha de Adriano, construída para delimitar e proteger a fronteira norte do Império Romano na Britannia.
Pela frente hoje tenho uma tirada para sair da zona 350km para norte, já reservei hotel em York, o amanhã logo se verá.
Entro na M25, a periférica de Londres com quase 200km de perímetro, e nem 5 minutos depois o sol põe-se. O frio faz-me antever longas e duras horas de condução; levo luvas de Ski e os punhos aquecidos estão ligados mas sei bem que a estas temperaturas mesmo isso não chegará - o frio daqui não é como em Portugal… é mais seco, mais ríspido, e muito mas muito mais frio.
Além disso a viajar a alta velocidade, é preciso contabilizar o factor "windchill" que consiste em calcular a temperatura sentida na superfície corporal tendo em conta a velocidade do vento, a nossa etc... a 150km/h com a temperatura ambiente de -3ºC que a GSA me indica, mesmo assumindo que não há vento o valor dá algo entre -16ºC e -21ºC conforme a humidade do ar e outros factores.
Apenas 10 minutos passados com luvas de ski e punhos aquecidos e as pontas dos dedos estão geladas e tenho 3 horas e meia de condução pela frente; persisto, não posso parar tão cedo senão nunca mais chego.
Aos 20 minutos a dor começa a apoderar-se é como se me estivessem a esmagar as unhas com alicates, uma por uma, por outro lado já perdi a sensibilidade táctil, não consigo dosear a força que aplico na embraiagem e no travão da frente, aliás não consigo sequer dizer se os estou a apertar.
Aos 30 minutos paro, não aguento mais, vou a uma estação de serviço e mergulho as mãos em água quente e fico lá 5 minutos, depois secador de mãos e finalmente retorna o rosa a substituir a cor ligeiramente azulada que já tinham.
Tenho que ter muito cuidado, daqui para a frente paragens no máximo a cada 30 minutos nem que lá chegue à meia noite.
A AE passa monótona, faço as paragens que o frio impõe, cada vez que me vêem de mota nas estações de serviço fazem-me uns olhos arregalados como se fosse extraterrestre.
À medida que ando para norte começo a ver mais e mais neve dos lados da estrada. É quase um milagre que a própria estrada não esteja ela própria congelada, um milagre conseguido à custa de milhares de toneladas de sal.
De longe a longe lá passo por um desses camiões, com uma pá giratória na traseira a espalhar sal, ultrapassá-lo é um desafio, o sal projectado bate violentamente na mota e na viseira, depois subitamente tudo fica calmo e volto a ouvir o motor da BMW romper noite fora.
Saio da AE, as estradas principais ainda apresentam neve e gelo aqui e ali, que à noite se vê muito mal. York chega, com ela os postes de iluminação, a civilização e acima de tudo a tranquilidade de ter chegado intacto a bom porto.
O GPS dirige-me pelas ruas principais, mas começo a assustar-me - todas as ruas secundárias e áreas residenciais estão cobertas de gelo e neve! Os camiões de sal apenas asseguram as vias principais e serviços básicos.
Chega a minha vez, o GPS manda-me virar à direita - o Hotel é ao fundo da rua, que hoje parece um ringue de patinagem.
Entro a medo, quase parado pés no chão a fazer de skis e toquezinhos de acelerador. Cair não me assusta, mas há demasiados carros estacionados e devido à inclinação da rua do centro para os lados sei que mesmo uma queda parado implica a mota deslizar até bater num deles.
Um casal de namorados observa com admiração a enorme mota que se aproxima à velocidade de um bebé a gatinhar - após de 200m decido não avançar mais pois sei que amanhã terei que fazer o caminho inverso - aponto para o passeio, a mota derrapa até lá, estico o descanso e daqui já não sai. Logo que saio da mota começa a nevar intensamente, pego nos sacos, corro ou antes deslizo até ao Hotel, mesmo a tempo.
Amanhece um radioso sol, que esplêndido dia, são quase 10 da manhã, despacho-me para tomar o pequeno almoço antes da sala fechar e logo que saio depara-se-me o cenário… está tudo branco, estou aqui preso!
O gelo está ainda mais espesso, a neve que caiu durante a noite já não está fofa, começa ela própria a virar gelo.
Tirar a mota dali parece missão impossível, já tinha previsto que tal pudesse acontecer, mas escolhi bem o poiso.
Cá fora um pianista interpreta qualquer coisa de Bach, com este frio é preciso coragem, mas sem dúvida aquece a alma.
York promete, começo pela Catedral a "York Minster", paga-se, mas vale cada penny, é riquíssima, em nada fica atrás da muito mais famosa Abadia de Westminster ou da St Pauls Cathedral. Os ingleses têm um património incrível, as mais sumptuosas e bem conservadas Catedrais, Abadias e Castelos. Ao longo dos últimos 4 anos fui conhecendo muitos e nunca deixam de me surpreender.
"York Minster is the heart of Yorkshire" diz a guia, e é! Entre os rebuscadíssimos vitrais temáticos o da parede sul da nave principal deixa perceber os contornos de um coração. Aprecio os túmulos, os conservadíssimos frescos, procuro as gárgulas e no fim desço às catacumbas apreciar as fases Romana e Normanda do edifício.
Saio com a sensação que só pela "Minster" já tinha valido a pena este dia.
York é uma cidadezinha encantadora, com fortes raízes Vikings, todas as ruas terminam em "gate" nome viking para “Rua”, perco-me nas ruelas antigas da cidade, cheias de carácter, Tea Rooms, lojas de tudo e mais alguma coisa, o "English Gentleman" vê-se fora de Londres e aqui a diferença é notória.
Passo pela "Whip-Ma-Whop-Ma Gate", a rua curta de nome cómico; pequena paragem no Marks & Spencer para comprar um Sushi, que vou comendo enquanto me dirijo ao National RailWay Museum. A terceira grande atracção da cidade terá que ficar para outra altura, um Museu Viking com milhares de artefactos, ossadas, etc, mas que se encontra em obras de remodelação.
O museu ainda está a 2km, mal atravesso uma ponte e paro para duas fotografias, e recomeça a nevar… ainda não é hoje que melhora - diz a Sra da recepção do Museu que aliás vai piorar e muito durante a semana toda - amanhã sem falta tenho que me por a andar mesmo que tal signifique arrastar a GSA até ao fim da rua.
O museu dos comboios não desiludiu, entre réplicas do EuroStar, comboio bala Japonês e uma imensidão das mais variadas locomotivas a vapor de todas as eras, encontro ainda os antigos comboios reais com todos os luxos e modernices de cada época.
Termino a visita, são 4 da tarde e a noite pôs-se, a neve não abrandou, não trouxe gorro e ao fim de 10 minutos de caminhada sinto a cabeça completamente gelada... já só falta meia hora a pé para o Hotel - pensamento positivo.
O dia termina com um banho quente ou vários, umas “cuppas” feitas na chaleira do quarto e umas barras de cereais. Não há fome para jantar e o dia de amanhã ocupa os meus pensamentos até adormecer.
Levanto, faço o Check-out, o dono do Hotel pede desculpa pela Meteorologia que me estava a estragar a viagem de mota, eu replico que pelo contrário a tinha tornado bem mais interessante.
Saio para a rua, a visão Dantesca de toda a rua coberta de gelo compacto e espesso deixa-me pouco à vontade, mas a técnica dos pés de lado a fazer de Skis e os 5 minutos para fazer apenas 200m lá me trazem e à GSA de volta à rua principal.
O tempo vai piorar, mas ainda tenho 2 dias, será que as estradas até às Yorkshire Dales e Fountains Abbey estão transitáveis? De momento não neva, por isso a moral está em alta - arrisco.
O frio aperta, a novidade do momento são os cavalos que aqui têm direito a cobertores.
Mais uma horita de condução, as estradas daqui são já bastante remotas e têm gelo e neve em diversos locais, precaução extrema são indispensáveis.
O sol brilha e reflecte a beleza da neve, paro a cada 5 minutos, não resisto, as paisagens são de cortar a respiração.
Paro pelo caminho a visitar uma igreja do século XV, passeio-me nos jardins e aborda-me um jovem casal com duas miudas loirinhas: "Wow you are very brave to be riding today, I ride as well but never on such weather, it must be awful slippery".
O diálogo é curto mas agradável, já devo estar bem longe de Londres, por lá o adjectivo seria "lunatic" em vez de "brave". Fotografo algumas campas esplendidamente decoradas, leio as dedicatórias enquanto por trás de mim as chavalitas escorregam de trenó fazendo gincana entre lápides.
Os cemitérios nos jardins onde se pode passear à vontade são muito comuns em UK, são aliás muito mais agradáveis que os de Portugal massificados com milhares de campas espremidas umas contra as outras.
Regresso à estrada e chegado a um entroncamento avisto um sinal coberto de gelo, não sei o que lá diz mas o GPS informa-me que faltam 2km para a Fountains Abbey, só que estes serão feitos por uma estrada secundária coberta de neve e gelo.
Tremo de frio e com as perspectivas do trajecto, sei dos Guias Turisticos que na aproximação à abadia há uma descida e se esta tiver gelo está o caldo entornado.
Uma vez mais jogo a minha sorte. Sei bem que com gelo na estrada a questão não é cair ou não, mas sim quantas vezes e quando.
Entro na estrada, o sol por trás ajuda a identificar o gelo e vou conseguindo manter o mamute em duas rodas; umas vezes lá passo para a faixa do sentido contrário, mas a estradeca é remota e não há carros a atrapalhar.
Chego ao Portão, o chão está coberto de gelo, tento encostar a mota à parede para não atrapalhar e PUM… escorregam as rodas em simultâneo e GSA no chão. Noutras circunstâncias levantava os 300kg enquanto o diabo esfrega um olho, os treinos off-road a isso obrigam, mas aqui tenho placas de gelo debaixo dos pés e não os consigo fixar para fazer força na mota que de resto está contra a parede numa pendente.
Pura sorte, logo aparece um grupo de jovens a caminhar e com os 4 a puxar rapidamente a beemer preguiçosa se levanta.
Entro e compro bilhete, começo pela visita ao moínho de água e à medida que me dirijo para a Abadia, bem ao longe dá já para vislumbrar umas ruínas magníficas! O jardim branco de neve, o riacho a correr, a ponte românica - este é sem dúvida dos mais belos locais que já tive o prazer de visitar!
Disparo fotos às centenas, passeio-me pela gigantesca propriedade, e aprecio a rara aristocracia inglesa, a passear-se em famílias numerosas, elegantemente vestidos, com cães de raças nobres, naquilo que mais parecia uma caçada.
Percorro o longo canal, até aos lagos na sua maioria congelados à superfície, com estátuas no centro que parecem levitar sobre o gelo e a névoa sob o reflexo do sol que se punha por trás da Abadia.
Caminho alguns kms na gigantesca propriedade, a tarde passa num ápice e antes do anoitecer regresso à mota pois na escuridão e no meio da vasta floresta seria muito fácil perder-me..
Monto a GSA, o sol já quase se pôs, a água e neve nas estradas começa a formar gelo, a condução está muito mais perigosa que no caminho para cá - o sol na linha de horizonte mesmo em frente torna quase impossível distinguir o gelo da estrada molhada, numa descida com curva à direita o previsível acontece, perco a frente, mota cai sobre o lado direito e roda no gelo liso deslizando uns 10m até apontar para trás e parar. Levanto-a rápido, regresso à minha faixa de rodagem e regresso pelos mesmos 30km agora bastante mais perigosos, a conduzir em pé e a tentar discernir a trajectória menos perigosa.
Alcanço a AE… a dúvida regressa, Com o gelo que está já desisti de visitar as Yorkshire Dales e o Lake District tudo estradas secundárias que deverão estar intransitáveis - continuo para Norte e tento pelo menos ver a muralha de Adriano ou inicio o regresso a sul para que o ultimo dia seja calmo?
Definitivamente a idade e a experiência não compensam a falta de juízo - rumo a NORTE, ao frio, ao gelo, aos nevões e temperaturas árticas!
Marco no GPS rumo a Durham, a AE vai piorando de condições, em quase toda a sua extensão apenas 2 das 4 faixas estão circuláveis de cada lado, não por obras, mas porque é a largura que o camião espalhador de sal consegue manter livre de gelo. As perspectivas começam a piorar, pela primeira vez começo a ver também na AE sinais de gelo e neve no centro das faixas, vejo os limpa-neves a funcionar, os camiões de sal não são suficientes para compensar a neve intensa que cai.
Penso sair numa das saídas, mas esta consiste de uma subida e verifico que a mesma está intransitável com carros a plissar como loucos a tentar chegar ao topo. Neste ponto ganho juízo, aproveito a estação de serviço seguinte, descongelo as mãos, faço uma refeição generosa, um Double Angus meal Super-Size - se ficar apeado durante a noite terei calorias para queimar. Reservo Hotel a sul, em Nottingham, será uma longa tirada, mas definitivamente o Norte estará intransitável amanhã por isso a segurança está primeiro.
Em seguida vou ao posto de abastecimento e quando tento abrir o depósito de gasolina, a fechadura está CONGELADA!!!
Gotas de água terão congelado dentro da fechadura e a chave nem entra! Não posso forçar, se a estrago estou lixado, usar isqueiro num depósito de gasolina está obviamente fora de questão, entro no posto e peço ao empregado se me dá um copo de água quente ou um chá. Simpático o indiano cede-me o copo e tranquiliza-me… "já vi isso acontecer a vários camiões hoje, a água quente vai dar conta do problema"
Meto a chave ligeiramente e despejo lentamente a água quente dentro da fechadura - funciona! Consigo abrir, reabasteço com 31L estava nas ultimas, e inverto a marcha, dirijo-me para sul pela primeira vez, derrotado pelo frio extremo. Passam-se 200 e tal km e umas 4 ou 5 paragens para descongelar os dedos, entro na terra do Robin Hood, do Xerife e do Rei João.
O Hotel teve os tempos áureos nos anos 70, actualmente está bastante mal cuidado, mas o quarto é enorme, limpo e como sempre aqui em UK lá está a chaleira com os cafés e chás à minha espera para aquecer a alma por esta altura quase uma pedra de gelo.
São 10 da manhã, hoje irei visitar uma grande amiga, mas até lá tenho 3 horas, pelo que decido ir "cheirar" uma terriola com ruinas de uma fortaleza mesmo aqui a 20km. Mais uma vez ponho a GSA em marcha, o GPS torna tudo fácil, em menos de 2 minutos saí da cidade muito mal sinalizada e dirijo-me a Newark-on-Trent.
Dos lados vou observando os estaleiros das obras para uma futura AE, neles as poças de água continuam completamente congeladas, mas nada como no Norte onde estive ontem.
Visitinha ao castelo, passeio pelos jardins e o resto do dia passo-o na risota e cavaqueira pegada com a Ana até horas para além do razoável.
É meia noite certa quando finalmente estaciono a GSA em frente a minha casa no norte de Londres - esta é uma gigante entre as motas! contemplo o sal espalhado por toda a superfície, as barras esmurradas dos milhares de quedas, o boxer que rugiu sem soluços sempre em temperaturas muito abaixo de zero… é a verdadeira e indisputável trota-mundos!
Amanhã recomeço a trabalhar, os meus objectivos foram apenas parcialmente cumpridos, mas de longe esta foi das minhas viagens em asfalto uma das mais loucas e perigosas. Não desisti, consegui ir onde não imaginava que fosse possível naquelas condições.
Durante os 4 dias e apesar de estar em cidades e auto-estradas num país civilizado e densamente populado da Europa Ocidental apenas UMA VEZ vi outra mota, que me cumprimentou efusivamente reconhecendo por semelhança um louco como ele - apenas 1 mota em 4 dias tal era o gelo e o frio!
Foi uma pequena aventura semi-polar, mais uma para contar daqui a uns anos.