Tou de volta, feliz por uma viagem que me vai ficar na retina, mas triste porque não a conclui como gostaria.

Faço aqui um breve relato, breve porque não gosto de escrever e breve porque tenho uma asa estragada e só consigo escrever com uma mão.



De facto foi uma ida a Marrocos num formato um tanto ou quanto diferente do habitualmente aqui descrito, num modelo onde o objectivo mais que desfrutar as paisagens, as vilas e as gentes, foi curtir pistas, galgar quilómetros sempre em ritmo muito vivo e sempre por trilhos, ou onde os trilhos eram feitos por nós, alguns rápidos, outros muito duros e técnicos, muitos fabulosos, outros mais inóspitos, uma vigam de 1600 km de KTM 450, que terminou, para mim, aos 1200 km, mas para o ano há mais, não sei em que formato, mas confesso, eu gostei deste.

Marrocos é o reino das armadilhas e da pedra, do calhau, grande, pequeno, enterrado ou solto, mas que invariavelmente está presente, onde a partir de uma determinada velocidade as imensas armadilhas parece que se multiplicam, todos os sentidos têm que estar em permanente alerta, ou porque de repente a pista desaparece numa vala, ou porque as muitas pedras escondidas enfiam valentes chibatadas na direcção, parecendo querer avisar o piloto dos muitos perigos ali escondidos. Marrocos também é o reino da areia, e perigosa areia, onde a duna que se galgou e no fim proporcionou um fabuloso salto e se quer voltar a saltar, pode ter, na próxima e do outro lado, um mar de pedra, depois temos o fés fés, atravessar quilómetros daquele pó, de uma farinha que nos enterra, é dureza até para as cabras, ou vamos de punho enrolado numa rotação sempre alta a acompanhar um qualquer rego, ou temos espeta assegurada, espeta que depois nos envolve numa enorme nuvem de pó e nos dá uma nova coloração branca, uma queda no fés fés é sair dali a correr, não vá aparecer alguém no meio da nuvem qual D Sebastião e para ajudar à festa, nos passe por cima.

A minha ida a Marrocos foi assim, rápida, sem paragens, ou com poucas paragens, algum stress, muita adrenalina, o meu final foi numa grande recta, uma ligeira distracção a olhar para o GPS, um banco de fés fés, a moto fugiu, fui contra a “parede” que delimitava a pista, ombro saiu, graças a Deus consegui colocá-lo no lugar porque a assistência ainda demorava, mas acabou ali a “corrida”, tive pena, para o ano há mais.

Deixo aqui algumas fotos de alguns cartões de memória que trouxe comigo, dá para ter uma ideia do que foi esta fantástica semana vivida.



Lá fomos pelas estradas de Marrocos onde tudo de vê e onde tudo é autorizado



Domingo de manha, um dia fácil, rápido, como pedra, aliás nesse dia foi uma constante


As primeiras deslumbrantes vistas


Nestas pistas pensava que delicia seria fazer aquilo de AT


No final de cada dia, as motos eram reagrupadas, para depois uma rápida assistência.


E depois de um banho venha o merecido cigarro, num local já por aqui muito visto.



No dia dois a pedrinha passou a calhau e os momentos de potencial queda subiram em flecha, um grande amigo ficou sem o joelho.


Tata à vista e o amigo Guilhas em grande forma


Algumas pistas abriam e dava para trancar punho



O camião de assistência mostrava que também sabe andar rápido



Deixo agora as fotos sem mais comentários para imaginarem o que foi esta deliciosa semana















Alguns quase profissionais, eles arrancam e nos vamos no encalço



A moto do Canu


Num reabastecimento


Um pessoal muito fixe.





No meio do nada, descobre-se uma tenda, descobre-se um chá ou uma cola


E descobre-se uma bandeira Portuguesa

E uma DT 125 com as cores nacionais


O cigarro que sabia a oiro, era sinal que tinha parado e em alguns casos até descansado



De facto curti a areia

E curti o bivuac



Ainda hoje me pergunto para onde ia e de onde vinha esta almimha


Mas infelizmente acidentes acontecem, foram alguns e a mim tocou-me no final do 4ª dia



Mas para o ano há mais

Nunca experimentei este formato de "passeio" , mas fiquei curioso com o teu relato ........
Esse amigo com a coca-cola é o condutor do camião certo ? Lembro-me dele mas não sei de onde .

Parabéns ! Levas-te uma máquina fotográfica e trouxeste-a de volta

Pedro , as melhoras rápidas faz parte do jogo O importante é ficar a 100% por isso , cuida-te e não inventes

fantasticas imagens!
que pena esse contratempo, as melhoras!
e nao descures a fisioterapia, cmg fez milagres!
abraço

O coca-cola men é o Vitor, condutor do camião, mecânico desenrasca e tipo 5 estrelas, conhece Marrocos e as suas gentes como a palma das mãos, já acompanhou todo o tipo de provas e grupos por aquelas pastagens, com um tipo como ele estamos muito bem entregues.

A asa vai ter que ficar boa, não posso perder Moncorvo

Este formato de passeio parece ser 5 estrelas!!!
Apesar da desgraça, curtiste à brava!
Agora recupera que para o ano à mais

Muito bom, Pedro! As melhoras desse ombro.

As melhoras Pedro. Ultimamente as pistas Marroquinas andam a dar trabalho!

Para o ano há-de correr melhor!!

Paulo, neste formato de “corridas” de alguma forma provoca-se o acidente, não se pode culpar as pistas, porque se a toada fosse tranquila as probabilidades de espeta caiam muitíssimo.

Para te dar uma ideia, se não todos, quase todos foram ao tapete, a diferença, foi basicamente o local e a velocidade da ida ao tapete, eu tive azar, mas houve quem tivesse bem mais azar.

Mas como disse a minha mulher quando cheguei, quem corre por gosto não cansa, porque cheguei de facto de braço ao peito, mas com um granda sorriso.

Uauuuu Pedro!!!... amazing!

Adorei as fotos. Grande passeio

Asa ao peito para quanto tempo?

Belas imagens
As melhoras.

Parabens pelas imagens e melhoras para o corpo, pois a cabeça deve estar melhor que foi com tamanha experiência.

Morais, calculo que três semanas, mas se a evolução correr num bom ritmo vou tentar a minha sorte ao fim de duas, devagarinho e com juizo, quero ir a Moncorvo.

Sabes falaram-me de ti algures, não me lembro se em Tata, Zagora ou qualquer outro lugar.

Aparceram 3 tugas bacanos da zona de Braga, dois em Transalp e um numa Varadero, todos com ar estenuado a contarem os relatos das muitas quedas dadas nessa dia, as pistas relatadas não me pareceram nada do outro mundo e retroqui que em Trails, muito boa gente faz pistas duras, muito duras.

Resposta, pois eu também conheço dois irmão, os Morais da zona de Vila Verde, que numas LC8 os doidos metem aquilo em trialeiras de cabras.

Ri-me e pensei, enfim, o pessoal do trail aventura comentado além fronteiras.

Até apetece ir já

As melhoras Pedro

Isso e que foi curtir Pedro.
Como disse a tua esposa "quem corre por gosto nao cansa", ainda bem que foi assim.
As tuas rapidas melhoras
Grd abraço

Era o Marco "Padeiro"?

Comprou a Tenere para ir a Marrocos, contava vende-la ai e regressar de avião

Belo relato
As melhoras

Morais, não sei como se chamam, só sei que eram de Braga e que as motos compradas para esta passeata eram transalp (NÃO TENERE), creio que pelo menos um deles estava tb ligado às cabras.

é isso, transalp das antigas! confunsão mminha ;)

Bem vindo de volta e parabéns pela viagem, essa de deslocar o ombro foi concerteza em solidariedade

Gostava imenso de experimentar algo desse genero, umas cabras, um carro de apoio... deve dar imenso gozo embora como ambos sabemos isso é um pau de dois bicos pois também convida a arriscar mais...

As melhoras, o meu vai demorar meses, mas o espírito esse está intocado!

Pedro, excelente relato.
Por estes dias somos mtos no estaleiro.
O importante é a reabilitaçao completa, senao é mais uma dor pra vida inteira.
eu ainda ando às aranhas com o tornozelo, mas ja tou entregue a um massagista/osteopata pra me deixar isto a 100%.
As melhoras, juizo, grande abraço.

ias-te sentir montado num triciclo e ias sentir falta do power ao rodar o punho...

falo por experiencia própria

Brutal... muito bom mesmo...
Pena o azar q aconteceu no final mas o importante é q está tudo bem contigo, mais uma historia para contar!!!
Fotográfias porreiras, um passeio e tanto... quem me dera.. muito bom

Esses devem ser aqueles com quem nos cruzámos no meu 1º Passeio-Escolinha. Estivemos à conversa um bom bocado e disseram-nos que iam comprar umas Transalp das antigas para irem para Marrocos, para darem cabo delas e deixarem-nas lá, se fosse preciso...
Quem esteve mais a falar com eles foi o Ramos, mas realmente eles disseram que conheciam o Morais, que entretanto já tinha ido embora.

confirmado por sms

é o Marco "padeiro"! fazia o nacional de enduro na categoria verdes.

um tipo impek... maluco qb e que dá vida dura à EXC

quem sabe não vem cá por o relato

Tinha pinta de ser impek e tinha um grande sentido de humor.

Manda cumprimentos do bacano (eu ) que esteve à conversa com eles.