Para mim saem duas!!!......francesinhas é claro!!

Era porreiro era que alguém desta viagem fosse, para fazer o relato na primeira pessoa, afinal era esse o objectivo, não era?

Pelo menos o Nuno já disse que ia...

muito obrigado pela consideração sr. caetano....mas não ficas muito atrás .....

já ponho as coordenadas.... o jantar pode ser para áss 9.00 ou 9.30 para mim é igual

As coordenadas são as seguintes


41º12'31.22''N 8º16'31.65''W

IGREJA DO SAMEIRO

ora bem...tm alinho na francesinha...isto se o resto do pessoal não chegar antes e não houver jantar pa trocar as fotos...

no entanto se calhar iria precisar de boleia para lá...
vocês não vão?

Eu vou de carro, posso levar mais gente...

E fotos???? Não há mais

Sim, coloquem mais fotos
Alguém me pode trazer a minha t-shirt?

Dia 02: Chefchaouen – Azrou



Acordamos bem cedo e a conta gotas fomos verificar as nossas motas. Na noite anterior havíamos deixado a uns 50 metros do hotel, carregadas, com um “guarda-nocturno” especialmente contratado para o efeito! Estava tudo 5 estrelas, lá pagamos ao homem uns Dirhams! Pequeno almoço reforçado e siga prá estrada!
Tenho poucas fotos deste percurso que nos levou a Azrou, mas aqui estão:





Lá encontramos um parque de campismo espectacular no qual nos instalamos. Quase ninguém e boas condições, sinceramente nada do que estava à espera.



À noite, enquanto eu e o Ricardo fazíamos o jantar à rapaziada, o Simas e o Mário foram buscar cervejas à cidade. A pequena história do dia foi, terem estacionado num sitio, foram às cervejas (que demoram imenso, eles supostamente não podem comprar nem consumir, pelo menos em público) e quando regressaram tinham um suposto guarda que queria dinheiro por terem estacionado ali. Se pensarmos bem, temos o mesmo em Portugal, os nossos arrumadores, embora estes se tivessem colocado atrás das motas e obrigaram o Simas e o Cruiser a uma saída rápida e subtil!

Durante a preparação do jantar e no final, um vinho do Porto repartido por todos e mais uma noite de descanso à nossa espera na 1ª noite de tenda e saco cama!

Aproveitei a ideia do Nuno e compilei umas fotos ( das imensas que tirei ) no youtube, com música sugestiva de tal façanha. Assim que possa coloco mais algumas, deixo opiniões ou sugestões e se DEUS quiser os track´s. O Zumo decidiu não colaborar e não mostra o raio do percurso que nós fizemos, em especial o "Vale da Morte", Merzouga-Zagora. Devo precisar de ajuda mais especializada, enfim..

Belo vídeo e fotos
Tenho que ir um dia destes a Marrocos...

grande vídeo tb ricardo

vou deixar o nuno acabar o relato e dp ponho as minhas fotos

ESPECTACULAR RICARDO. Ainda não tinha visto metade dessas fotos. É sempre bom levar muitos fotografos de qualidade muahahah.

Rui põe as tuas e faz um relato decente que nos andamos a falhar. Eu não consigo recordar os tracks de cabeça. Tenho as sugestões para o pessoal mas queria pôr no fim de tudo, o que eu faria diferente ou levava, a mais ou a menos.
O GPS do Ricardo deu o pifo!
Leva as fotos ao jantar que vou levar PC, compilamos de toda a gente e grava-se nas vossas pen's!
Aquele abraço.

A que horas então é essa francesinha?

21h00 Igreja do Sameiro em Penafiel. Sigam as coordenadas que o Ramiro colocou. Ou saindo na AE em Penafiel (2ª saída) é fácil lá chegar.
Abraço e apareçam. É uma oportunidade única.

Igreja ou Páteo do Sameiro?

É igual! Quando começarem a ver desordem é lá!

o encontro e na igreja do sameiro de la seguimos para o restaurante....

Ontem saí de mansinho e nem me lembrei das t-shirts... Alguém as trouxe?

Parte 1.
Estimados amigos,
Tentei continuar o relato mas simplesmente não sai nada de jeito.
Primeiro, porque me parece um bocado “forçado”, eu a impor a mim próprio que tenho de escrever alguma coisa delineada com o percurso direitinho, para vos demonstrar o quão fantástico se torna uma experiência deste género. Ora, como sou um bocado “ixkisito” não sei fazer as coisas dessa maneira. Desculpem.
Segundo, é difícil chegar ao padrão elevadíssimo dos meus amigos por exemplo Lança ou Morais, eles sim são grandes contadores de histórias com ilustrações e deviam fazer livros com direito a café (de borla!) na FNAC, pelo que, tenho de me conformar com a minha classificação básica neste aspecto. Se continuasse a contar como o estava a fazer isto dava umas páginas bem enfadonhas, acreditem em mim…
Portanto, aos que foram (e sabem o que passamos) e aos que não participaram nessa aventura, partilho convosco somente os meus pensamentos mais marcantes, para que pelo menos possa ajudar os menos experientes com as nossas opções tomadas, boas ou más.

Primeiro, desatinos, e eu inaugurei esse capítulo. Desculpem, não acredito ter sido do cansaço nem do mau feitio que por vezes nos assola e continuo a pensar que tenho razão neste ponto. Em Portugal se nos separarmos basta ligar o telemóvel e pronto “estou aqui no mercadinho da Rosinha junto a Amares, quem vem da Vila depois do coreto e do café Avenida”…ora, simples, tudo resolvido… agora se estamos nos “tim-tim’s” do mundo, sem conhecer ninguém, sem saber se existe ao certo um serviço de emergência da policia ou médica para qualquer eventualidade, sem conhecer as coisas mais básicas como hábitos e costumes, ora, aí os cuidados têm de ser maiores e temos de respeitar princípios BÁSICOS! Vocês dirão “ahhh pois, mas assim é que é aventura”… concordo absolutamente! POR ISSO MESMO é que temos de permanecer JUNTOS, para o bem e para o mal. Só nós nos valemos uns aos outros em qualquer problema. Portanto, o meu desatino era somente o de sermos um GRUPO, mesmo que um caramelo ande a 20km/h. Penso ter sido essa a única e pelos vistos marcante falha desta viagem. Desculpem a sinceridade. Aos que um dia façam estes trajectos, lembrem-se que alguém atrás pode cair para o lado e dar uma coisinha má, ou então simplesmente pode ficar sem gasolina… e garanto-vos que não é giro ficar à espera dos companheiros minutos a fio isolados numa estrada.

Fronteira… É o 1º grande choque, se estão à espera de uma coisa XPTO cheia de aparelhos hi-tech num edifício organizado então lamento (ou não) informar que é precisamente o contrário. Mas o que aparenta ser um caos, é no fundo uma confusão organizada! Mais uma vez, e do que me foi dado a perceber, entrem no sistema sem serem “comidos” (como aconteceu mais à frente) pelo mesmo, isto é, sem deixar abusar. O Simas aconselhou e bem que entregássemos as coisas a um ou máximo 2 marroquinos. Eles preenchem as coisas com a nossa supervisão, à custa de alguns Dirhams. Depois seguimos as indicações deles “vais ali, depois ali, depois carimbas ali” e toca a enrolar o punho para o destino! Ah, não se armem em engraçadinhos com a Policia… um dos nossos quando confrontado com a pergunta “tem armas?” respondeu “sim, mas é só para vender”…ora, como o policia não estava numa de brincalhão obrigou-o a abrir as malas todas! Bom senso, sempre!

Parte 2.
Cirque de Jaafar… Medo, não é receio! É MEDO! Motas carregadas até ao parafuso mais mindinho que possam imaginar e nós numa descida íngreme com muita pedra irregular, curva contra-curva, ganchos, de um lado parede de rocha afiada e incerta que nos ia riscando as malas, do outro um precipício com centenas de metros… meus amigos que nunca foram, façam este percurso, com sangue frio e cabeça e obtêm a recompensa no final … parece que ultrapassam um Golias Gigante … além disso, se quiserem acampar no terreno do simpático pastor, são brindados com um chá de menta fabuloso feito com água de um poço… que o nosso Paulo tão gentilmente confundiu com a retrete lá da casa eh eh eh! À custa disso estive quase a utilizar…a suposta…casa de banho! Desse local podem observar a montanha que se levanta a Oste, com neve no seu topo (que penso chegar aos 3.500m de altitude). Do lado Eeste podem observar o vale, de onde vinha um vento forte durante a noite. Levem sempre o casaco extra, durante a noite dá muito jeito!
O pastor tem um filho chamado Driz, um miúdo querido como quase todos os outros que fomos encontrando noutras povoações, que não nos largou e estava encantado com os nossos gadgets, mas não se enganem, eles estão habituados a ter lá gente e que lhes oferecem algumas coisas. Acho que a roupa que poderem dar é a melhor oferta. O Driz chegou mesmo a montar na mota do Buda enquanto eu fazia força nas malas e imitava o roncar da 800 (parecia mais o roncar de um burro de certeza!) tipo um cavalinho num parque de diversões.

Merzouga, Erg Chebbi… Espectacular! Já tínhamos relatos, fotos e vídeos do pessoal que esteve em Ovar (esses sim assustadores!) e pensava que ia demorar um bocado a adaptação da malta… qual quê?! Punho enrolado e deixa a mota rabiar!!! Então o Mário e o Simas, que grandes que eles foram na areia com as monocilindricas!
É uma sensação indescritível percorrer as dunas sem destino, sem X obrigatório, sem faixa de rodagem nem sinais, apenas subir e descer ou tentar contornar na “crista da onda”, isto com um pôr-do-sol ao fundo… apanhamos alguns sustos pelo caminho, é que por vezes subimos e não sabemos o que está do outro lado…
Lá conhecemos alguns amigos…começando pela história do Hotel Palais de Dunes… chegamos, perguntamos preço… 200Dirhams por noite… tentamos negociar, nada feito. Ora, medidas drásticas, mostrar ao senhor uma mensagem de telemóvel do Paulo Lança, a dizer que éramos “amigos dos amigos do Amhid” e que o preço era “180Dirhams”! Estão a ver como é fácil! Tudo arranjado e com bónus: um quarto só para o Simas.
Tive oportunidade de conversar durante algum tempo com o Amhid, numa das idas à cerveja. Levou-me de jipe a um Hotel lá perto para ser eu a comprar. No final da viagem propôs que fosse connosco no percurso Merzouga – Zagora, O TAL! Fazia 200€ (preço final e total) com direito a jipe, levava as nossas tralhas pesadas e gasolina extra caso fosse necessário além de servir de guia para as melhores pistas. Se fosse hoje, nem tinha hesitado!
Outro ponto giro foi encontrar o Joseph nas dunas, um miúdo de mobilete com uma bandeira portuguesa e que dizia coisas engraçadas tipo “fixe como Peniche” Ora este rapaz desenrascou-nos a mim e ao Ricardo numa duna, logo a 1ª. Sentimos que estávamos em dívida… para onde nos arrastou? Para o El Corte Inglês, isto é, casa de um comerciante de todo o tipo de artigos marroquinos, principalmente tapetes. Levamos uma sessão de história sobre a tecelagem dos mesmos, um verdadeiro bê-á-bá de como vender um produto! Foi giro!

Parte 3.
Merzouga – Zagora… Fomos avisados múltiplas vezes, por pessoas diferentes, para pensar bem como queríamos fazer isto. Pensamos que seria mais uma tentativa de nos vender mais um serviço. Recordo a mensagem do Lança na noite anterior quando soube da nossa decisão “levem comida e água com fartura”. Julgávamos ser mais um passeio no parque com algumas dificuldades perfeitamente ultrapassáveis. Trata-se de um percurso totalmente off-road com muita pedra, areia, dunas (parte que decidimos contornar). Antigos leitos de rios com zonas desérticas, sem sombras, sem água, sem aldeias. Tínhamos tudo programado no GPS e nas nossas mentes…além disso e mais importante chegamos todos à mesma decisão, portanto todo e qualquer comportamento de culpar A B ou C quando surgiram as verdadeiras adversidades foram injustas. Tive oportunidade de o dizer ao Ricardo por sms na noite em que esperávamos por eles no Hotel em Zagora após 5horas de viagem no jipe que nos levou as duas F800GS.
Foi um calvário meus amigos. Na 1ª parte até andamos divertidos, mesmo com quedas. Tínhamos o espírito de entreajuda presente e muito provavelmente foi isso que nos dava gozo. Até que, a uns 100 ou 200 metros do piso melhorar, encontrámos um areal muito solto e lá morreram 2 embraiagens. Culpa nossa, maçaricos e claro puxamos demasiado! A Suzuki esteve quase a claudicar. Foi desesperante, todos tentamos manter a calma. Encontramos uma sombra. Percorri os rostos dos meus amigos para ver se alguns dos meus receios se encontravam nos deles. Como disse o Simas e bem “estamos longe, isolados, sozinhos, sem rede de telemóvel, por isso mesmo não podemos stressar agora”. Só podíamos esperar à sombra de um arbusto, a beber cuidadosamente as reservas de água… Como estávamos em autonomia (tínhamos tenda, alguma água e comida) achei que 2 elementos poderiam ir com o guia à povoação mais próxima buscar ajuda, antes do anoitecer, com o nosso ponto gravado no GPS. A verdade é que com o arrefecer das embraiagens estas poderiam voltar a funcionar, o suficiente para nos deixar sair dali… ou NÃO! Não faço ideia quanto tempo passou até que vislumbramos um jipe com caixa aberta que agora sabemos ser habitual percorrer aqueles locais. Umas semanas antes e uns espanhóis estiveram perdidos 2 dias ali perto! Claro que naquela aflição tentamos negociar o melhor preço para sair dali para fora. O senhor queria 4.000dirhams (400€) por cada mota… IMPOSSÍVEL disse eu. O Rui deixou-me conduzir a dança. Estávamos desesperados mas, havia a tal 1ª solução (um pouco incerta porque muito provavelmente também tínhamos de pagar quem nos viesse buscar da aldeia, e que certamente seria um valor idêntico!). Por fim, chegamos a 250€ cada mota. Não consegui melhor. Sinceramente e após o SIM do Rui nem quis saber.
Faltava saber quanto da embraiagem, mas pelo menos lá conseguimos um reboque. Saímos dali para fora a observar se os nossos amigos conseguiam acompanhar. Tudo OK, graças a Deus.

Parte 4.
Zagora…Após as tais 5 horas de viagem, fomos escoltados pelo jipe do Mohamed Gordito, mecânico mais prestigiado de Zagora, à entrada da cidade. Já estava avisado pelo nosso reboque e portanto, tal como tudo em Marrocos, uma mão lava a outra, eles entreajudam-se de acordo com os seus interesses. Explicamos e ficou combinado na manhã seguinte irmos lá e se quiséssemos substituir, substituíam. Fomos colocados no Hotel (também do interesse deste último; lembram-se? Uma mão lava a outra!). Dia seguinte de manhã, quando lá chegamos, qual o nosso espanto, as motos já estavam desmontadas. Era necessário substituir, dizia ele. Que remédio temos nós?! Armar uma de europeu e pedir um suposto “livro de reclamações?!”. Não vi muitas alternativas, até porque eu e o Rui a nível mecânico somos verdes! Simas ainda estava a caminho portanto, toca a negociar o preço. Chapa 5 mais uma vez, vejam isto, 400€ cada embraiagem! Considero normal, mas de modo nenhum aceitável. Andamos às voltas e mais voltas, até que, sem consenso disse ao mecânico que ia chamar a assistência em viagem e para mim acabava ali a viagem. Nesse exacto momento levou-nos para um gabinete privado e perguntou-me quanto podíamos dar.
Eu num desespero disse que o Rui estava sem dinheiro, eu ia pagar as duas, portanto, máximooooo seria 350€ Total, 175€ cada mota (Kits novos custam aproximadamente 230€ + IVA + mão-de-obra na BMW). Valor aceite.
Para trás e para a frente, adiamento da hora de entrega, chegada dos nossos amigos, almoço, mais esperas, mais atrasos, lá chegamos às motas. Estavam a fazer último test drive na minha. Fomos informados depois que não substituíram embraiagem, apenas as tinham reforçado e tinham ficado melhor que novas, que podíamos ir às dunas e sair de lá sem problemas…TRETA! O Rui a caminho de Espanha teve mais problemas e a minha está quase…rico reforço. Tenho a certeza que fomos comidos, novinhos, sozinhos, inexperientes. Garanto que para mim serve de lição, não só o que “não devo fazer nas dunas” mas também entender o modus operandi neste tipo de situações, dado que queremos mesmo continuar a viagem e desfrutar daquele país maravilhoso e do resto da viagem, que é, magnifica!

E pronto, não me vou alongar mais (minha nossa isto já vai bastante extenso). Qualquer dúvida coloquem à vontade. Obrigado mais uma vez aos conselhos do pessoal experiente e claro, aos meus companheiros de viagem.

Belo relato. É este tipo de troca de conhecimento que procuro neste forum, ver imagens e videos provoca desejo em todo mundo mas a conversa séria que faz a gente despertar para uma futura aventura com consiência que pode acontecer e o que devemos fazer e principalmente como nos preparar.
Obrigado.