O Varanda mais sorridente, já com os suportes compostos.

Ainda no campismo:
Eu com a preguiça de depois arrumar o colcão de ar, nem o tirei da caixa.
Carreguei o colchão e maquina de encher colchões cerca de 5000km para nada.
O acordar

Nesse dia alguém andou de calças na mão bem cedinho!

Depois do pequeno almoço, pisamos terra, eu estava desejoso para pôr a Branquinha cor de barro.
Assim que começamos a rolar na pista, a adrenalina subiu e desapareci. Como deixei de ver o pessoal durante algum tempo e parei (33.206529,-5.42407). Esperei cerca de 15min, quando estava para voltar para traz, eis que começam a chegar.


Mas eu parei a sombra, pois esse dia prometia, temperaturas altas (o céu estava limpo)


Ainda estava a aguardar e vejo alguém nesta pose

Quando chega o penultimo,

tento perceber a demora. Fico a saber que o Varanda precisava de cortar uma fita e então decidiu fazê-lo da pior maneira.
Volto para traz, na tentativa de ajudar.
Quando chego ao pé dele (33.214036, -5.424787), já estava tudo resolvido, foi só colocar banco no lugar e arrancar. Mas que estava com cara de assustado estava.
Então decidi seguir a traz dele. Quando uns metros mais a frente (33.211027, -5.425272), numa descida, vejo o desgraçado a ... e por ultimo só vejo a mota a fazer uma égua, a elevar-se toda no ar e a cair em cima dele e uma nuvem de pó no ar. Vejam no filme a vala onde deixei o meu capacete!
Vi o filme todo, pois íamos devagar, infelizmente. Ainda agora ao escrever isto, me arrepio. Assustado, não consigo parar a traz dele e acabo por para mais a frente. Saio da mota e olho para traz e o "chefe" já estava a por-se em pé. Pergunto: "-Estás bem? -Estou, eu estou bem! tou bem!" Fiquei mais descansado. Levantamos a mota e foi aí que vi como é que ele se tinha safado daquilo tudo. Felizmente ao cair, ficou entre o volante e as malas, apesar de a 'mota lhe ter caído em cima'.
Ainda estava a digerir aquilo tudo, quando oiço: "Deixa filmar isto!" Estranhei, mas depois pensei, "Ainda bem que está a reagir assim."
Depois de uma breve analise, concluo:"Eu levo-te a mala e tu levas-me o casaco!" E assim foi o resto do dia!
O certo é que isto se passou de manhã e a mala passou o diabo em cima do pneu até a Imilchil. A mala chegou a andar desamarrada, pois esqueci-me de amarrar quando tirei o impermeável da mala. Andei cerca de 1km e achei estranho o barulho a traz de mim. Paro a mota e vejo que a mala estava desamarrada. Quando já estava para arrancar, não é que o dono se preocupou com a dita e veio ao meu encontro. Obrigado Varanda por não me deixares sozinho em ultimo.
Acho que há fotos da mala a saltar em cima da mota, mas não caiu mais nenhuma vez até ser colocada no seu devido lugar.
Depois seguiu-se a possível reparação e seguimos viajem.
Pelo caminho, quase ao final da tarde, numa recta infindável, vejo uma GSA ao fundo, ao aproximar-me dela, ainda não sei porque raio é que reduzimos de velocidade e acabamos por para lado a lado.
A estada tinha entre 2 a 3 metros de alcatrão, como tal os carros para passarem tinham de ir com 2 rodas a terra e mesmo nós por vezes também eramos obrigados a fazê-lo pois os cabr*** não se arrumavam para nós passarmos.

Começamos uma conversa espectacular, eu a falar em EN e ele em FR. Ao fim de algum tempo é que percebi que ele apenas falava FR. Lá tive que ir ao fundo do baú buscar o francês. Conseguir saber que viajava a solo. Entretanto o resto do grupo chegou. Apuramos que todos os anos ia a Marrocos, que na GSA já era o 3º ano e que antes dela tinha andado de moto4, entre outras coisas. Como tinhamos parado na berma, os carros passavam "abrir" e faziam tangentes sem dó nem piedade. Graças ao Franciu, não fui atropelado, pois avisou-me a tempo e eu consegui chegar ainda mais para a berma. Logo me saiu: "c'est fou!". ele riu-se, e a restante malta também. E a conversa prosseguiu, depois de ele arrumar a mota para fora de estrada.
Quando lhe dissemos que iamos dormir a Agoudal, ele disse logo: "C'est pa possible! Hojourdoui, impossible!"
E foi aí que ele nos aconselhou a ficar em Imilchi no hotel Chez Bassou.
Arrancamos e ainda de tempo para brincar nuns montes de brita
e depois, já de noite, no leito do rio.
Chegamos ao hotel, estava esgotado, mas logo nos encaminharam para ir para o IzLane que era um hotel igual, com as mesmo características.
O quarto do hotel Izlane

E' para estas viagens que vivo e ando de mota - os acidentes e precalcos sao o sal... as historias que um dia contaremos aos netos - continuem estou encantado

excelente !!! quem me dera fazer uma viagem destas, eu sempre gostei muito de motas, desde pequeno que ando, a minha primeira foi uma casal depois disso tenho tido motos de pista e supermotard, mas desde que descobri este tipo de mota polivalente comecei a interessar me mais, ate que aos 21 anos comprei a minha adventure S, bem, fiquei espantado com a viagem do goncalo gil mata, e ainda pretendo fazer uma por terras africanas ! muito boa a vossa viagem, e os comentarios estao agradaveis de se ler !!
parabens !

Tenho que contar aqui a peripécia da oficina em Imilchil!
Eu e o Agostinho acordamos e cedinho pela fresca ainda em jejum arrancámos para o "mecanicien". Chegados lá, pergunto no meu franciú mais arcaico: "Est vous le mecanicien?", ele diz que sim, eu aponto para o suporte todo torto, para a mala, faço um gesto de dobrar, e ele: "Cassé?", eu fiz que sim.
O senhor, já entradote, começa a pegar em ferramentas, e eu: "Eu desmonto!". Comecei a desmontar com as minhas chaves, a mostrar-lhe onde deveria forçar para desempenar, e ele "Je sais... Je sais...". Deixei-o trabalhar e eis que entra o Agostinho.
Começou logo a tomar as rédeas do assunto (obrigado, companheiro!), a dizer-lhe como devia fazer, numa mescla de português, espanhol, francês e inglês
O velhote às tantas começou a dizer: "Laissez moi travailler... Laissez moi travailler...", já não estava a gostar da conversa.
Dobra, desdobra, força e coisa e tal, aquilo cada vez estava pior, agora já nem se conseguia voltar a montar na mota, o Agostinho começou a mandar vir, disse a um ajudante que estava a ser um mau trabalho, e aí caíu o Carmo e a Trindade!
O chefe vem cá fora todo exaltado, diz que se não quer que se vá embora, etc. e tal, leva-me lá para dentro, mostra-me uma carta de um francês qualquer a dizer que é bom mecanicien, mostra-me a alfaia agrícola made in Ribatejo, e diz-nos que é o melhor Mecanicien de Imilchil! (É o único!!! )

Bom... a verdade é que passadas umas horas, mais empeno menos empeno, lá se conseguiu montar tudo, o Agostinho e o mecanicien ficaram amigos, eu fiquei com malas! Convidou-nos para um chá, que amavelmente recusámos, paguei-lhe 225DH sem regatear, o Agostinho ainda conseguiu fazer uma chapa à medida para a mala dele, e lá fomos tomar o petit dejeuner tardio.
Conclusão: como mecanicien, deixou muito a desejar, mas ele e mais uns ajudantes estiveram naquilo a manhã toda, se me tivesse pedido 500DH tinha-lhos dado.

Foi uma aventura dentro da aventura! Obrigado, Agostinho!

Depois de tudo pronto era tempo de arrancarmos em direcção ao deserto. Estávamos cerca de dois dias atrasados em relação ao previsto, por isso, neste dia queríamos ir dormir ao Erg Chebbi. Ligamos Imilchil a Dadés por pista. E que pista.

Belo relato, sem dúvida

mais....

A pista que liga as duas Gargantas tem muita pinta. Hei-de fazê-la novamente!!!

Barroso, pelo que me apercebi, ou a fazes já ou vais fazer 45km de asfalto novinho em folha
Era um dos nossos objectivos, mas o dono do Hotel em Imilchil (guia de montanha, BTT), disse-nos que não valia a pena o desvio, visto que estávamos a pensar chegar no mesmo dia a Merzouga. Disse-nos também que estava tudo asfaltado até à garganta do Todra, que a pista entre as gargantas estava prestes a ser asfaltada e que a que restava era a de Agoudal para a garganta do Dads, o que acabámos por fazer.
Passámos na intersecção com essa pista entre as gargantas e o piso era gravilha, as máquinas já lá andavam a trabalhar. progresso.

Não me parece. O que andam a alcatroar é o trajecto em direcção ao Agoudal - Dadés/Agoudal - Todra.

A pista que liga as duas gargantas (uma à outra na horizontal) não devem alcatroar.

Entre Tamtetoucht e M'Semrir.


Se andam a alcatroar, é uma pena. Pista espectacular.

óh pá, não resisti a tal ..., como heide dizer, vou tentar explicar.
Enquanto desmontavas suportes, eu endireitei as malas, ficando a faltar arranjar o reforço do suporte das malas.
Andava por lá a procura da tal chapa, mas se bem reparas-te, não deixava de ver o que se passava ao meu redor.
Depois de desmontares os ferros, ele foi lá para dentro apertar aquilo no torno. Eu do portão via a cena: ele apertava, cacetava, torcia, o suporte do lado esquerdo, que era o que estava torto, até aqui tudo bem. Depois de ele ter suporte lado esquerdo quase desempenado, levantou o suporte na vertical e foi aí que o caldo se entornou.
Ao colocar o suporte na vertical e repara que o suporte lado esquerdo estava mais curto (claro que estava, ainda não estava direito!) que o do lado direito.

Então ele faz o seguinte: martela do lado direito para ele ficar mais curto, para que ficasse na mesma medida do lado esquerdo, em vez de esticar o do lado esquerdo para ficar igual ao do lado direito (que estava bem).
Fiquei podre, mas não disse nada. Estava a ver no que dava, pois ele tinha martelado em tanto lado e de tanta maneira que até eu já estava a ficar um pouco baralhado.
Tu estavas nas calmas e dizias-me, deixa-os trabalhar!
Entretanto ele chegou à mota e colocou o suporte aparentemente quase perfeito, forçou um pouco do lado esquerdo e acabou por conseguir apertar os parafusos. Depois veio o lado direito e foi aí que confirmei a asneira que ele tinha feito. Aperta 1 parafuso, mas os restantes não encaixavam.
Então começa com uma chave francesa de 1/2metro a torcer os ferros, pra qui, pra li, pra cima, pra baixo, mas nada e então comecei a passar-me.
Já lá estávamos a 1hora.
Então foi aí que lhe comecei a dizer: "probleme c'est içi!" e ele a dizer "je sais, je sais", mas o filho da mãe não endireitava o ferro do lado direito que tinha entortado.
Entretanto vai chegando mais pessoal, todos ajudavam, davam palpites e puxavam aos ferros e nas 2 chaves francesas. Sim, 2 chaves, a certa altura, já lá andavam 2 chaves francesas a amassar/riscar os plásticos vermelhos da GS800.
Depois de puxar durante mais de 10minutos, em todos as direcções e não conseguir resolver o problema, eu dizia: "Caceté(marterlar) içi, le probleme c'est içi" e ele começou por dizer: "Je sais, je sais", mas depois de eu me tornar pior que um chato, pois já estava a esgotar a minha paçiência, e acreditem que já iamos em 2horas, ele começou a dizer "Laissez moi travailler!Laissez moi travailler!" e eu dava mais uma volta pela sucata a procura da dita chapa para não me irritar mais.
Tu não dizias nada! se eu não tivesse por lá tinhas ficado com os ferros montados, mas a mota toda partida, com aquelas chaves de 1/2metro.
Entretanto chega alguém na casa dos 30anos, o mecânico já tinha retirado os suportes quase perfeitos e foi lá para dentro continuar a martelar, torcer, etc, e foi aí que desabafei: "mon amie (apontei para Varanda), est tombé agouche, il est cassete(martelar) a droite! c'est pa possible! il fait pas bien travaille!" e fui até a minha mota apertar a chapa que tinha encontrado na sucata. E é aí que ele vem para fora (ficou ao pé do Varanda) e começou a barafustar comigo. Ele deve ter-me destratado em várias línguas, durante algum tempo. Não liguei pois o que queria era os ferros no lugar, pois já ia em quase 3horas que ali estávamos.
O certo é que depois dessa cena, conseguiu-se apertar o suporte à mota.
Mas agora as pontas do suporte pareciam asas, de um lado para cima e do outro para baixo. Como o suporte tem sistema quicklock, imaginem que o suporte da mala do lado direito não encaixava no suporte da mota.
O filme continuou com as 2chaves francesas (aquelas dos pischeleiros que usam para apertar os acessórios aos tubos). A determinado ponto coloquei um pano junto aos plásticos do depósito, pois via os pásticos a vergarem e eu rezava para que não os partissem.
Ao fim de algum tempo, apesar de muito forçado, conseguiu-se encaixar o suporte da mala direita ao suporte da mota.
Mas faltava encaixar o do lado esquerdo.
Enquanto começaram a endireitar o suporte da mala do lado esquerdo, fui ao hotel buscar a carteira, pois ambos com a pressa nos esquecemos das mesmas.
Assim que voltei, recomeçou o filme do "plobleme est içi" e "je sais, je sais, Laissez moi travailler". Já estava mais calmo, mas continuava um chato. O Varanda já dizia: "Quando chegar ao Porto compro uns suportes novos!" , mas eu dizia-lhe que não havia necessidade, pois bastava voltar a lacar os ferros.
Varanda, se te apetecer, coloca uma foto do estado actual do suporte da mota para verem como ficou.
Depois de endireitar alguma coisas, foi o momento de começar a apertar os parafusos.
Com a queda, 2 dos parafusos quicklock partiram e desapareceram! Então o mecanico foi buscar 3 parafusos normais para substituir os quicklock, o quarto manteve-se pois era o que tinha chave do sistema Quicklock. Para endireitar os ferros do suporte da mala esquerda, foi necessário retirar os outros parafusos Quicklock, mas uma vez eu dizia para retirar os parafusos de uma maneira e ele ateimava de outra maneira. De tanto ateimar, que ele diz: "Fait tu le travailler!" e foi então que lhe mostrei como se retirava os parafusos.
Ele começou a apertar o suporte da mala ao suporte da mota com os parafusos normais, um de cada vez e forçando o suporte para entrar o proximo parafuso.
Quando fomos aparafusar o ultimo, o mecanico deu-me os parabens e até um aperto de mão, pois agora a reparação estava a correr bem pela primeira vez.
E começou com a historia do melhor mecânico (é o único) e que tinha comprado maquina ribatejana. Tu lá foste confirmar, enquanto se terminava o arranjo.
Lá se apertou o ultimo parafuso e terminou a reparação, já eram 12horas. Estivemos lá das 8h até ás 12h.
Felizmente, tudo terminou bem: eu com a chapa a reforçar o suporte da mala, tu com a mala no seu lugar, o mecânico ficou meu amigo e podemos seguir viagem.

Se fosse hoje, teria feito o mesmo, não tens que agradecer nada! Teria feito tudo igual ou melhor!
Mas talvez, não o tivesse deixado mexer, tinha-lhe pedido a ferramenta emprestada e tinha endireitado. Teria sido mais rápido e eficaz. Acabei por me chatear mais a ver do que seria a eu a fazer.
Eu é que tenho que te agradecer nos momentos cruciais, pois teria entornado o caldo! Obrigado.

Pas de probleme. Fotos dos suportes nem vale a pena. Digamos que já estão prontos para ir para o lixo.

maravilha amigos...grandes fotos...e esss peripécias são para mais tarde recordar e rir

Muito bom este relato estou a adorar lê-lo.

Continuem, continuem

eheheh, bom relato, so peripécias engraçadas!



anda lá, estamos todos curiosos, uma foto viria complementar a hilariante historia!

Naa, não tem interesse.
O que tem interesse é o resto do report, porque o melhor ainda está para vir!
Aguardemos

Este report está muita fixe. Mas está a custar a sair.

Eu tb sou a favor da divulgação publica da foto dos ferros.

Vá lá Varanda, mostra lá os ferros à malta

Ferros !

mto bom!!!!

Para melhor perceberem, quem quiser ver como ficaram, tem de ver inloco, pois por mais fotos que vissem não era a mesma coisa.
Felizmente, correu bem, mas que podia ter corrido bem mal para mim!
As nódoas negras já passaram e consegui apreciar a segunda parte da viajem.