Muito bom .

Varanda wrote:


"O deserto testa-nos enquanto Homens. Nestas situações, os ânimos exaltam-se, há uma pontinha de medo, a adrenalina sobe. Tudo normal. É bom, porque aprendemos mais sobre nós mesmos.
Mas é também em situações destas que serve ter companheiros, é quando alguém sofre que dá realmente jeito ter um amigo, não é quando está tudo bem na segurança e conforto de um hotel.
É principalmente em situações destas, quando alguém desespera e entra em colapso, que os outros têm de manter a calma, trazê-lo à razão e ser optimistas. E nesse momento não interessa nada quem conduz melhor a mota, quem anda mais rápido ou quem cai menos vezes. Para mim, essa é uma das maiores belezas do deserto. "

Varanda,
Como eu, e concerteza os meus companheiros do ano passado nessa mesma pista, pensamos exactamente o mesmo e vivemos os mesmos sentimentos.
Grande relato, continua

Só tenho uma palavra Esssssssssspectacullllllllllllllllo .

Muito bom pessoal!
Continuem

Que bela aventura na areia
Mais!

No dia seguinte lá aceitamos a oferta do rapaz da mobilete para nos ajudar a passar os 5km do leito seco do rio, levando-nos por um caminho que cruzava o leito diversas vezes, para facilitar a progressão. Ou seja, em vez de seguir o curso do rio, fomos pelas margens, cruzando-o onde era possível. Assim, dos 5Km iniciais ficámos só com cerca de 500m de areia fina, onde o leito era mais fundo e não dava para cruzar.
Esta fotografia foi feita no final da travessia:



A partir daí tudo seria muito mais fácil, com bastante areia, mas depois da provação do dia anterior, não havia areia que metesse medo
Os furos continuaram. Primeiro eu, e já no final o Rui.





Quase no final da pista cruzámo-nos com o Mohamed El Gordito, o famoso mecânico de Zagora. O tal que o ano passado enfiou cortiça nas embraiagens das 800. Eu perguntei-lhe se se lembrava. Ele disse que sim, descreveu as motas e tudo. Eu disse-lhe que os meus amigos tinham ficado zangados, e um deles ainda em Marrocos voltou a ter problemas. Ele encolheu os ombros

No final da pista as máquinas do asfalto andam a trabalhar a todo o vapor. Fizemos cerca de 10Km de pista larguíssima em terra batida, a velocidades impróprias!

Já quando pisámos asfalto, apareceu outro mecânico, concorrente directo do Gordito, o tal do jipe verde, onde o outro pessoal tinha estado à dias. Os gajos são como abutres, à espera da desgraça!

Em Zagora fomos à garagem do Gordito, onde lavámos as motas, o Hernâni aproveitou para limpar o filtro de ar e o Quintanilha arranjou uma solução temporária para o guia de corrente que se tinha desfeito dias antes.

Acabámos num hotel que nos parâmetros europeus seria considerado um pardieiro, mas naquela noite pareceu um 5 estrelas!!!

Continua!!!

Agora é o Hernâni O report é dele, eu só decidi meter o bedelho porque para mim foi a parte mais fixe da viagem

Mas posso já adiantar que no dia seguinte acordei meio esquisito. Depois dos primeiros 50Km estava com suores frios e tonturas. Obviamente uma qualquer bactéria africana andava pelas minhas entranhas a divertir-se à grande
O destino seguinte era Marrakesh, e eu só pensava que bom seria arranjar um hotel digno dessa designação, para curar aquela má-disposição como deve ser, com conforto à europeu!
Hernâni, continuas?

Então pá, metes foto com camisola rota!!
Não tens por uma agulha e linha??
Agora que vi fotos do voo, fica ainda bem mais feliz, pois a mota podia ter caido em cima. Graças a Deus que aterrou ao meu lado!

Este dia, era uma incognita, pois não sabia como iria acordar, se conseguiria subir para cima da mota e/ou se conseguiria aguentar viagem!?
No dia anterior, fiz pequeno teste, fomos abastecer. Deu para ver que ainda conseguia subir para cima dela e rolar em estrada. O que me custava mais era quando estava parado e tinha de fazer força para equilibrar mota ou quando ao circulamos na pista, tinha de por em pé e depois sentar, pois tinha de fazer força com perna direita. Mas com esforço, lá ia conseguindo.
Quando chegamos ao hotel, ainda tive que alinhar a direcção que tinha esquecido de o fazer durante a tarde, pois com a queda tinha-se desalinhado, enquanto os outros ja estavam a ressonar (alguns dizem que não ressonam, mas eles nunca ficaram acordados para ver se ressonam ou não! ). Depois cama, que bem precisava.

De manhã, o pessoal ajudou carregar tralhas, obrigado pessoal. Mal conseguia andar e não conseguia fazer grande força com a perna e muito menos com o braço. Até para acelerar sentia dores!
Mas como a vontade de continuar era muita, lá arrancamos.

O miudo que andou a traz de nós nos primeiros quilometros

o problema mecânico: ao desapertar o silenciador, partiu o parafuso!

Cheguei aqui, depois de tombrar algumas vezes na areia, pois não tinha força no braço e começava a recear em andar com a velocidade indicada para a areia.
Desculpem os companheiros, mas neste momento só pensava em não cair, para não vos atrasar e não vos cansar ainda mais, dái me ter adiantado um pouco, mas só parei em terra firme.


E foi então que chegou a tempestade areia!

A companheira de viajem, por bons e maus caminhos



A tempestade de areia não desamparava

O gaijo mais bonito


E não deu para tirar mais fotos, pois a areia era muita e estava a entranhar-se na maquina.
Quando chegamos a Ramilia, eu não me aguentava de pé tinha de me sentar, mas ao mesmo tempo não queria estar muito trempo parado para não arrefecer. Foram horas do caraças!
Depois de almoçar uma salada especial e abastecermos as motas, estavamos prontos para resto da viajem.
Subo para a mota e ligo a chave e começo a zicar no GPS enquanto restante pessoal se aprontava, mas confesso que o meu apetite era descançar, estava mesmo estafado, mas a vontade de continuar era maior.
Quando estava o Rui para arrancar, tempo por trabalhar a mota e nada!
Desliguei a chave, esperi pouco e voltei a tentar e nada.
O Hmad, apercebendo-se do que se tinha passado, ofereceu-se para ajudar, foi buscar uma bateria de carro e cabos de electricidade para dar mama. Mas não conseguimos!
Lembrei-me de encostar 2 rodas de traz, mas nenhuma mota era facil!
Ainda deu tempo para desligar o farol dianteiro e outras coisa que consumissem energia. Mas nada!
Depois de algum tempo a tentar de várias formas, eu disse para o Rui: "Mesmo que se consiga por a mota a trabalhar, eu vou ficar por aqui, hoje. Só espero que esteja tudo bem com os outros!"
Foi então que se decidiu, ligar directamente da baterial da AfricaTwin a KTM e deixar carregar um pouco bateria desta para ter alguma carga para conseguir rodar o motor de arranque.
E assim sucedeu: depois de 1 minutos a dar "mama", foi rodar a chave e pressionar botão mágico e VOILÁ! Vrummmm!
Que som bonito!
Entretanto, já estavam a chegar os outros 3 ao Auberge! "Porreiro, estão bem!"
Foi tempo de arrumar as coisa e montar as motas.
Depois de 2, por azar, desligo a mota. "Tou fod***!", pensei. Mas não, já tinha carregado o suficiente.
Então O Rui, como ainda estava com dúvidas, foi dar umas voltas na Branquinha para carregar o suficiente.
Bem, eu a pensar: "ele vai ali e ja vem.", qual quê?! andou uns minutos, para frente e para traz!
Obrigado Rui por me teres ajudado, mais uma vez.
Quando se conseguir por o motor a trabalhar, já era noite e como entretanto os outros tinham regressado, pois o dono do Auberge tinha enviado o rapaz ao encontro deles, ficamos lá nessa noite.

Enquanto Varanda e Quintanilha foram telefonar, eu e Rui tinhamos tomado banho e ficamos a espera deles

Estavamos tão cansados, que mal nos deitamos, a conversa com o Rui começou a decorrer em camara lenta. Um dizia uma coisa e outro só respondia passado algum tempo e vice-versa, até que adormecemos e só acordamos para jantar.
Mais uma vez, o jantar estava divinal ou a fome era muita.
Mas, para mim, neste alberge comeu-se bem e apesar da aparente simplicidade, tambem dormi bem.

No dia seguinte, depois de passarmos o rio (parte mais dificil), foi mais facil que no dia anterior.





Alguem andava perdido, ali só havia areia e pedra!





Este pedaço de pista convidava a enrolar punho

Eles iam lá bem a frente, quase não os via

Paragem para comer algo


A paisagem tinha mudado, deixamos a areia e vinha os calhaos



No fim da pista, no inicio das obras na pista, a paisagem era esta:











Quando chegamos ao alcatrão

Aquelas fotos de gajos peludos em trajes menores , o povo dispensa ok ?

Venha mais

Espectáculo!!!

venham elas....as fotos e os relatos...

Pois isso não tem jeito nenhum tirar-nos fotos a roncar

Sr Hernani

Tenho vários quotes a fazer, é o que dá não vir aqui durante uns dias…

Esta minha gaita é o máximo, mas o fes fes deixou-a meia rouca nos dias seguintes...





Já sou um convencido do caraças, mas assim fico mais babado

Fizeste-me rir ao lembrar a cena de falar em slow motion... o cansaço era tanto que foi a melhor noite de toda a viagem para mim...

Boas,

Estou de férias e com me deliciei a ver este report da forma como voçês o descrevem e com a quantidade de fotos leva-nos a numa viagem imaginaria, bem sei que nada tem a ver com a realidade mas isto é bem melhor do que ler um livro...

Desde já os meus parabéns aos argumentistas.

Estou à espera de mais.....

Cumprimentos,
Mário Augusto

Este é sem dúvida um excelente resumo daquilo que vivemos nestes 3 dias. Para mim foi uma experiência nova viajar em grupo. Em viagens deste tipo o nosso melhor amigo no dia-a-dia torna-se muito rapidamente no nosso pior inimigo. Por vezes é complicado gerir vontades e feitios. Nem todos reagimos da mesma forma à vulnerabilidade a que este tipo de viagem nos expõem. Ficamos saturados depressa daquela presença "non grata". É preciso conhecermos muito bem as pessoas e o espírito de viagem de cada um. Tivemos alguns arrufos durante estes dias mas no final, pelo menos para mim, o saldo foi muito positivo.

Foi uma sensação brutal chegar ao final da pista. Os últimos kms de terra batida e gravilha foram uma loucura.
Estava com imensa vontade de chegar a Zagora para rolar em alcatrão, ver gente, telefonar, tomar banho, sentir a agitação da cidade Tínhamos conseguido cumprir o nosso duro objectivo. No dia anterior, em Ramlia, prometi a mim mesmo que apenas duas coisas me fariam desistir: aleijar-me em caso de queda ou a moto não aguentar Claro que a primeira era muito mais provável do que a segunda como nenhuma destas suposições aconteceu a minha vontade de sorrir era imensa e esta extremamente feliz.



A menina que apareceu a correr pelo meio do campo para nos ver. O Varanda ofereceu-lhe uma pasta dos dentes. Ela ficou indignada porque não sabia o que era. Certamente servi-o para barrar um qualquer pão berber ao jantar


O cansaço ao jantar era evidente.










O dia seguinte já com outra disposição para atacar as centenas de km que nos separavam de casa.

No caminho entre Zagora e Marrakech o grupo separou-se. O Quintanilha, o Varanda e eu seguimos à frente. Estávamos com tempos e disposições de regresso diferentes.
Passamos ainda em Ait Benhaddou.

Tínhamos combinado que se conseguíssemos conquistar a pista oferecíamos a nós próprios uma prenda: um hotel 5* e vida de "patrão" em Marrakech e assim foi. Mal entramos no caótico transito da cidade comecei logo a procurar a direcção do Hotel Kenzi Farah onde tinha ficado em 2007. Não havia muita disposição para andar à procura de outro. Recrutamos a oferta dos serviços de um Mobilete Man e rapidamente chegamos ao destino.


Ao jantar fomos a um dos melhores restaurantes de Marrakech. Sugestão do taxista que nos levou até ao centro. Jantamos ao som de música Marroquina e do deslumbre de dança do ventre (só há registo em vídeo )




Demos uma volta pela praça Djemaa el-Fna e fomos beber um copo a uma discoteca. Estava terminada em grande a nossa estadia em Marrocos.

No dia seguinte foi encurtar os km que nos separavam de Portugal. Seguimos sempre por auto-estrada até Tanger, atravessamos o canal ao final da tarde e dormimos em Tarifa.

Boa vida, sim xenhor!
Dança do ventre!
E a massagem com "mamas grandes", também houve?
Era o combinado: se conseguir-mos chegar do outro lado, vamos para hotel 5* com direito a massagem com "mamas grandes".

Eu e Rui não tivemos, nem hotel 5*, nem massagem de "mamas grandes" , mas sim direito a chuva e da boa no norte de Marrocos e em Espanha.
Mas isso, somos nós que nos armamos em espertos!

Não... Mamas grandes, realmente só dromedários

Epá este comentário tinha-me passado ao lado , vamos lá ver o seguinte, sei que a viagem é desde que se sai de casa até que se chega, mas não considerei a brincadeira no Erg para entrar nas estatísticas da viagem, para mim o Erg serviu para brincar e aprender algo que me ajuda-se no resto da viagem com a bagagem na mota, em caso de ter que passar algumas dunas, pq sem bagagem é mesmo uma brincadeira…

Sendo assim mal saí do quarto em direcção as dunas do Erg, subi logo uma pela parte ingreme para testar o atascanso, foi quando o Agostinho foi ter comigo e ajudou-me a descer a AT para o duro, e logo a seguir arranca-mos e o Agostinho fez aquele vôo picado, deixando-me preocupado ao vê-lo no chão sem muita vontade para se levantar enquanto eu lhe fazia sombra e conversava com ele até que animou um pouco e levantou-se…

Passado algum tempo circulei com o Hernâni por entre as dunas e fazendo maioritariamente o piso duro, mas vi-o passar algumas partes fofas e a andar muito bem , surpreendendo-me no dia seguinte tanta atascadela seguida da Transalp , mas continuando a falar do Erg decidi meter-me mais nas partes fofas das dunas e fiquei mesmo a "saber " que a parte íngreme das dunas, é a parte onde a areia movida pelo vento se deposita e por isso mesmo fica fofa durante uns dias, então aconteceu-me isto:


Ia de pé na AT, a frente enterrou-se sem travar, voei por cima da mota, e penso que caí de pé a olhar para a mota. Enquanto estou a tirar estas fotos a toda a volta da minha linda AT, ouço o Varanda a chamar-me para ir ajudar o Hernâni que tinha caído, então disse-lhe que estava atascado e o monsier le chefe (Varanda) veio-me ajudar a levantar a roda da frente que parecia colada á areia , então fui até ao fim do terreno do hotel com a guiador naquele estado a AT parecia uma cabra, parei e ajudei o Hernâni e alertei-o para não se afastar porque eu ia arranjar o guiador…


Por acaso a AT não caiu ficou de pé, apenas atascou uma vez de trazeira e a 2ª vez de frente, mas aprendi no Erg onde parar e arrancar sem ter que pedir ajuda aos meus colegas .

Tive que dividir o post anterior em 4, pq dava um erro e dizia para contactar o Admin, mas como o home não tem culpa nenhuma de eu escrever muita palha, aqui vai a 2ª parte:

No dia seguinte na Pista para Zagora, orgulho-me em ter andado quase sempre em último, quase todos os kms até chegar-mos á aldeia Ramlia, e ter parado imensas vezes para ajudar os meus colegas, empurra-los, levantar as motas, atravessar dificuldades com as mota deles e vir atrás buscar a minha, ficar com falta de ar e sem forças, virava as costas ao vento abria o capacete respirava fundo até recuperar, montava na AT e arranquei sempre sem ajuda de ninguém.

Quando vi que não podia mais fui para a frente ter com o Varanda e disse-lhe para ir atrás ajudar o ppl e fiquei uns vinte minutos a descansar debaixo de um sobreiro, quando passaram todos por mim arranquei novamente atrás e 1km á frente enquanto olhava para cima do monte onde estava o Varanda a fazer gestos, apareceu-me o tal morro em que caí , então o Varanda que assistiu ao filme, foi-me ajudar a meter a AT na vertical tomando-lhe bem o peso… novamente a foto do morro:


Foi um prazer ajudar todos os meus colegas durante toda viagem e principalmente no deserto até á minha exaustão, orgulho-me de dizer o que escrevi no meu 1º post, algures na pagina 11, vou repetir e acrescentar alguns pontos, obviamente que aceito criticas/observações idênticas á que o Varanda fez no quote, sei que não sou nenhum Heroi, nem pretendo nunca ser até pq gosto todos os dias de aprender algo que não sei...

Em 4700kms:
» só caí uma vez no deserto por olhar para o lado e falta de forças e coragem para travar
» não deixei cair a mota nenhuma vez para o lado, nem o capacete,
» não atasquei nenhuma vez (sem contar a brincadeira do Erg)
» ajudei os meus colegas a levantar/desatascar motos muitas vezes,
» dividi o resto da minha água com os meus colegas que já não tinham,
» ajudei a mudar pneus e câmaras,
» cedi a minha câmara da frt suplente e passado 10 minutos tinha eu um furo na frt ,
» afinei transmissões,
» ajudei a alinhar direcções,
» a minha AT deu mama ao compressor para quem precisou e meteu uma 990 a trabalhar que nem uma bateria de um carro conseguiu ,
» vi macacos na floresta dos cedros e na cascata de ozoud,
» não caguei fino nenhum dia ,
» gostei de ver fotos no deserto da minha AT parada á minha espera para arrancar sem precisar de ajuda de terceiros, enquanto a bomba de gasolina arrefecia ,
» orgulho-me de ter contrariado o Hernâni várias vezes…

O que não gostei foi de ouvir demasiadas vezes “eu quero ir embora” e passei-me porque fiz tudo que era possível para que este espírito não se alastra-se ao grupo e apesar de estar-mos cansados, fartos da areia a entrar nos olhos e quase sem água, nunca deixei de pensar que estava a fazer aquilo que gosto mais, »andar de mota« …
Hoje rio-me ao lembrar que alguns colegas ponderarem em alugar uma viatura para os levar dali para fora, e foi tão fácil seguir-mos caminho .

Eu empurrei muito a Transalp mas sei que o dono deu tudo o que tinha para dar para chegar a Ramlia , não tenho problemas em afirmar que conheço poucos que mereçam tudo o fiz, esforçou-se ao máximo e estava desesperado e esgotado, então já arranjava várias desculpas para abandonar tudo e chamar a assistência em viagem , dizia que precisava de limpar o filtro de ar, pq a Transalp estava a engasgar em baixas, e não conseguia andar com a mota, disse-me isto e começou perguntar na aldeia por alguém que o leva-se a ele e a moto … eu chamei-o e disse-lhe que ia-mos limpar o filtro e depois de comer ganhava-mos forças para continuar…
O Hernâni explicou-me que não conseguia tirar o banco da mota sem tirar a mala lateral, para depois tirar o depósito e posteriormente chegar ao filtro…
- Porquê que a mala não sai ? tém que sair, disse eu … as fechaduras das malas laterais estavam cheias de areia e não queriam mesmo abrir…com umas pancadinhas de ternura consegui tirar alguma areia da fechadura e tirar a mala, depois ensinei o home a desmontar o depósito sem cortar o tubo de gasolina, que ele dizia ser impossível, ajudei-o a sacudir o filtro contra o pilar, quando íamos a sair daquela aldeia no dia seguinte, diz-me ele ainda pouco convencido que tinha de continuar a viagem, a mota continua a engasgar em baixas e não consigo andar …peguei na Transalp e dei umas gazadas em 1ª até ao red line e ela deixou de engasgar em baixas… cheguei ao pé do home e disse-lhe para reparar na posição em que eu estava na mota dele e que assim era fácil de controlar a bicha sem pôr os pés no chão é só rodar o punho, aquela mota é um espectáculo, mas as preocupações do home eram tantas que não ouvia um boi do que eu lhe dizia … mas seguiu viagem !!! ai dele…