7ª Etapa – Stranraer – Glasgow – 138kms – dia 30
O dia amanhece solarengo, abro as cortinas do quarto e fico eis que fico estupefacto com a paisagem exterior, à minha frente era apenas tudo azul, escuro e claro, lá no fundo confunde-se o céu com o mar e não se percebe onde ambos se misturam.
Desço para um pequeno-almoço à inglesa, com tudo a que tinha direito, o Tiago e a Ana já estavam à minha espera. Barriga aconchega tempo de trocar umas palvras com os anfitriões da casa, também costumavam viajar pela Europa mas de “casa” às costas, entenda-se de caravana.
Pessoas impecáveis e aconselham-nos a ir para Glasgow sempre pela costa e alertam-mos para irmos com atenção, pois naquela altura era normal as focas estarem na costa deitadas nas pedras.
Tínhamos pela frente 138kms sempre por estradas nacionais. Arrumamos as coisas, carregamos as motas e fazemo-nos novamente à estrada.
Estávamos a entrar para aquilo que tínhamos vindo, percorrer as estradas da Escócia, as paisagens eram de cortar a respiração, do lado esquerdo água apenas água, do lado direito verde a perder de vista. Os kms fazem-se devagar e vamos parando para tirar umas fotos para mais tarde recordar.
A meio caminho decidimos ir visitar uma casa senhorial, “perdemos” cerca de 3 horas a passear pelo castelo e seus jardins, acabamos por almoçar ali mesmo, junto à beira mar uma bela sande, para que o almoço não nos fizesse mal, descansamos na relva do jardim principal, aproveitamos o sol e ainda passei pelas brasas.
Era tempo de regressar pois tínhamos de ir dormir a Glasgow. Fazemos à estrada e aos poucos vamos deixando a costa e começamos a rumar à cidade.
A paisagem vai mudando, os campos verdes dão lugar às casas e eis que chegamos à cidade. Circula mos por fora da cidade, visto que o parque era fora da cidade, meios perdidos lá encontramos o caminho certo.
Fartos de andar nos arredores de Glasgow lá encontramos a indicação para o parque de campismo, uma tabuleta bem pequena ali largada à beira da estrada indicada que deveríamos cortar à esquerda.
Entramos uma estrada entre duas propriedades até que chegamos a um grande campo verde de pasto, atrás de nós pequena fabrica em que os tractores pareciam que tinham sido lá largados ao acaso.
Paramos as motas, sacamos dos capacetes e quase em conjunto perguntamos “mas onde raio está o parque?”
Não se via viva alma nos arredores até que começamos a ouvir alguém a falar, vamos atrás dos sons e eis que o parque de campismo não era mais do que um campo relvado que os proprietários da quinta deveriam ter e criaram um parque
Estavam apenas duas tendas ali num espaço abrigado pelas árvores que estavam em redor, mais abaixo estavam as caravanas.
Maios receosos não sabíamos se havíamos de arrancar se ficar e montar as tendas, na suposta recepção não existia ninguém apenas a indicação para deixar o dinheiro dentro da caixa destinado ao correio.
Como já era tarde decidimos passar a noite ali, não havia tempo para ir procurar outro parque de campismo. Montamos as tendas e saímos em procura de um sítio para jantar.
A escolha cai sobre um que tínhamos passado a caminho do parque, com um aspecto todo xpto mas também tínhamos o direito de ter um jantar supostamente melhor.
Entramos e somos super bem atendidos, levam-nos a tralha toda (casacos, capacetes, luvas e afins) e tornamo-nos em pessoas “normais” sem os apetrechos que nos caracterizavam.
Conversa vai, conversa vem com o empregado marroquino que nos atendia, dizemos que somos portugueses e eis que ele nos diz que o ex-jogador Pedro Mendes costumava frequentar aquele restaurante.
O ambiente era bastante agradável as horas já iam avançadas, o corpo já pedia descanso mas lá fora ainda era dia …
Rumamos até as tendas e passamos mais uma noite.
O dia seguinte acorda com sol, hesitantes entre ir conhecer a cidade ou deixar aquele parque e ir procurar outro, a escolha recai sobre em deixar ali as coisas e ir para a cidade.
O parque era extremamente sossegado, tínhamos passado a noite muito bem pelo que não valeria a pena ir procurar outro.
Rumamos para a cidade, paramos as motas na Praça George Square, estava a decorrer uma acção de sensibilização do clube motard de Glasgow, estavam a começar a fazer as brasas para os assados e estavam a montar o som para os concertos de algumas bandas.
Começamos a vagabundear pelas ruas da cidade. A organização e a edução imperam por aquelas bandas, montes de gente na rua mas sem grande confusão.
O almoço faz-se ao sabor dos tradicionais fish and shpis num 1º andar de um prédio de uma ruela escondida nas principais ruas da cidade.
Continuamos o passeio pela cidade e que bela cidade.
No final da tarde acaba no bar “Chutha” em que os donos eram skaters piratas … saboreamos uma pint, uma smirnoff ice e um hot chocolat.
Era hora do repasto que é feito numa cave de um prédio, decoração toda catita e comida do melhor.
Hora de ir dormir, ainda dia, para no dia seguinte rumar até Inverness.