No passado Domingo realizou-se o habitual passeio TT, mas desta vez seria diferente, ou seja, aceitei o convite do amigo Rui Cabral para uma voltinha com mota de Trial.
À semelhança de alguns meses atrás, o Rui emprestou-me a sua mota suplente, a Montesa, e lá fui fazer o gosto a um passeio Trialeiro.
Para além do Rui na Gas Gas e Eu na Montesa, também compareceram para este passeio o amigo do Rui (já não me lembro do nome, as minhas desculpas) numa Gas Gas e o João Sousa numa Montesa.
Portanto, 4 motas de Trial já forma um grupo interessante.
Quanto ao passeio, o mesmo foi simples, mas muito interessante sob o ponto de vista da aprendizagem, ou seja, a ideia do Rui foi irmos à procura de zonas com obstáculos naturais e “brincarmos” um pouco com os mesmos.
No fundo, as Sete Cidades foram o nosso “playground”.
Partimos da zona da Seara, começando com umas incursões por trilhos rolantes, de forma a aquecer um pouco:
Os músculos ainda não estavam bem quentes e eis que surge a 1ª contrariedade, isto é, algo engatou na corrente da mota do João e fez a mesma saltar da cremalheira e ficar engatada na zona do pinhão de ataque.
Com alguma paciência e jeito, lá se conseguiu desengatar a corrente.
Não tardou nada até o Rui dar inicio às aulas de Trial, perto do parque de campismo, numa zona que possui um traçado tipo gincana, além de alguns obstáculos naturais.
No fundo, uma zona boa para se tentar apanhar algum jeito do Trial, como o equilibrio, controlo da embraiagem e acelerador, além do próprio posicionamento do corpo, fundamental em algumas situações.
Claro que o Rui, professor de serviço, foi o 1º a dar o exemplo:
A entrada para esta descida era manhosa, até deu direito a algumas cambalhotas não fotografadas.
Seguiram-se os pupilos, embebidos pelo espírito do “isto é canja”.
Aqui vou eu:
Bem, apesar de algumas falhas e camabalhotas, lá dei a volta ao traçado, mas ficou claro que era preciso mais treino.
O amigo do Rui safava-se muito bem:
Com um andamento calmo, mas certinho, lá fazia esta gincana nas calmas.
O João também não encontrou grandes dificuldades, aliás, a sua experiência das bicicletas (Downhill) são um aliado precioso nestes passeios de Trial:
Após alguns minutos nesta zona, continuamos o passeio pelas Sete Cidades, desta vez com passagem pela Península, onde nos esperava mais 2 zonas com obstáculos naturais.
Pausa para relaxar…
E lá “brincamos” mais um pouco:
Alguns dos obstáculos tipo degrau, até são simples de ultrapassar, mas o facto de estarmos aos comandos de uma mota completamente diferente daquilo que estamos habituados, torna tudo mais díficil.
No entanto, após ganharmos confiança, tudo torna-se fácil com estas motas, onde a falta de experiência/técnica apenas atrapalha em algumas situações, mas nada de grave.
Outra zona, com direito a reconhecimentos a pé, pois nunca se sabe:
Bora lá trialar!
O João revela algum jeito natural para o Trial, se treinar mais um pouco não o apanhamos.
Apesar de ser apenas a minha 2ª experiência aos comandos deste tipo de motas, estava a gostar particularmente, talvez pelo facto de me sentir mais familiarizado com a mesma. Nem estava a estranhar andar sempre de pé…
Para ultrapassar degraus, nada como fazer com o corpo alguma pressão ma mota para a suspensão comprimir, e na recuperação da mesma, um toque no acelerador é suficiente para as colocar a saltar.
Simples, mas não é fácil de aplicar no terreno.
Depois rolamos por alguns trilhos das Sete Cidades, incluindo alguns bem interessantes e com alguma pedra. Mas com estas motas, estes trilhos pedregosos tornam-se fáceis.
O restante passeio ainda incluiu mais alguns trilhos interessantes, e que com uma mota de Enduro normalmente são mais díficeis. Mas, uma vez mais, estas motas de Trial tornam tudo mais simples e menos penoso.
Estava a adorar este passeio.
E pronto, com a subida da Seara pela mata, e com a vista magnífica sob a Lagoa das Sete Cidades, terminamos o passeio:
Um passeio muito diferente dos habituais, mas que ainda assim deu para rolar um pouco pelas Sete Cidades. Sem darmos conta, fizemos um trajecto interessante:
Este passeio foi excelente, não só pelo grupo que era 5 estrelas, mas principalmente sob o ponto de vista de aprendizagem, pois com estas motas aprende-se muito, mesmo muito.
O Trial é super completo, e nas zonas em que estivemos a “brincar”, deu para perceber que um bom equilibrio, doseamento correcto da embraiagem e acelerador e posicionamento do corpo, são essenciais para se ultrapassar obstáculos.
Por exemplo, para quem tem dificuldade em andar de pé na mota no TT/Enduro, o Trial é uma escola nesse sentido, e não é só por não possuir assento…
Na prática, o Trial é excelente para o Motociclismo em geral, seja de estrada ou fora de estrada, porque desenvolve pontos chave para a pilotagem.
Uma vez mais, adorei este passeio com mota de Trial, principalmente por me sentir mais à vontade e confiante, mas também por sentir que aprendi mais qualquer coisa.
OBRIGADO Rui!!!
Boas Curvas!