No passado Domingo, Eu e o Ricardo fomos tirar o pó às “cabrinhas”, com mais um passeio fora de estrada.
Partimos da pista de MX da Soluções M, com objectivo de atingir as Sete Cidades, mas passando por alguns trilhos que consideramos obrigatórios num passeio de Enduro, como o Cascalheiro e o trilho pelo mato logo a seguir a este, as Couves, entre outros.
O dia é que não estava nada simpático, e bastou começarmos a subir em direcção à Covoada para percebermos que o nevoeiro ia ser a nossa companhia e adversário:
Para mim que uso óculos, passeios em dias de nevoeiro como este, são um pouco incómodos e um exercício de concentração, porque estou sempre com os óculos embaciados e porque sem eles vejo mal as irregularidades no terreno. As consequências são fáceis de perceber, péssima análise do terreno, condução com menos confiança e consequente asneira atrás de asneira…
Enfim, se não fosse o gosto por estas coisas, já tinha ido para casa.
Bora lá subir este Cascalheiro:
Também não tardou nada até depararmo-nos com consequências das fortes chuvadas de alguns dias atrás, ou seja, aquilo que antes era uma recta, estava transformado num degrau algo acentuado:
O Ricardo ainda tentou aproveitar uma parte mais alta e criar uma pequena ponte, mas ia demorar muito para atingir esse objectivo:
Contudo, também não foi a melhor opção, porque o cascalho estava muito mole e a deslizar lateralmente, obrigando-me a uma progressão lenta e cuidadosa. Faltou pouco para a DR escorregar para coma da Husqy do Ricardo.
Mas lá me safei:
O Ricardo optou por uma estratégia diferente, mais rápida e menos trabalhosa, isto é, saca-se um “cavalinho” e coloca-se a roda dianteira na parte superior do trilho, e depois é só empurrar a traseira da mota para cima:
Seguiu-se a descida da mata em direcção ao Cascalheiro, a qual também estava um pouco mal tratada em algumas partes, além de muito escorregadia:
A intenção era descer o Cascalheiro e depois voltar a subir o mesmo, incluindo a mata que descemos.
Bem, apenas viemos para aqui pelo gozo de subir o Cascalheiro.
A saída da mata está com uns regos e lama bem jeitosos…
Bora lá descer e voltar a subir:
Assim que descemos o Cascalheiro, encontramos outras surpresas, ou seja, alguns buracos e regos na zona onde ganhamos balanço para subir o Cascalheiro.
Estes obstáculos iam obrigar-nos a pequenos desvios durante o processo de subida, o que poderia significar a perda de velocidade/balanço e consequente falha da subida.
Nesta subida não convém falhar, porque assim que se atasca, é um “pincel” para desatascar…
O Ricardo subiu à primeira, eu falhei, perdi velocidade e atasquei logo.
À segunda tentativa, acreditei e consegui efectuar a subida praticamente na sua totalidade, onde apenas uma pequena perda de direcção, devido às oscilações do cascalho mole, me fez tomar outro rumo mesmo no final.
Nada de especial e fácil de sair, mas a DR pediu para descansar um pouco:
Após pausa, seguimos em frente, para voltar a subir a mata que descemos:
A entrada para a mata está deveras complicada, especialmente em dias húmidos como este, porque o piso está muito enlameado e existem 2 regos que estão muito fundos, levando a que a mota quase sempre fique presa nos mesmos.
O melhor mesmo é esperar que um consiga passar e, se necessário, ajudar na tarefa.
Nem sempre arrancar com determinação ajuda, por vezes, ajuda a atascar ainda mais:
Força, tá quase!
No meu caso, não optei por ir até ao fim, a dada altura fiz um pequeno desvio por entre as árvores, que apresentava condições ligeiramente melhores.
O restante percurso da mata foi mais fácil do que inicialmente prevíamos, o que foi bom, porque o físico já estava algo cansado…, tenho que tratar da forma física.
O próximo objectivo era as Couves, só para suar mais um pouco.
O nevoeiro continuou em força e a incomodar, mas quanto a isso, nada a fazer.
A dada altura, uma pequena contrariedade, numa zona de “drop” a caminho das Couves tivemos que parar e analisar como ultrapassar a mesma, porque na zona mais acentuada do “drop”, passou de descida a degrau acentuado, sendo um grande risco descer sem, talvez, dar uma cambalhota.
Mas não era nada que não se remediasse, tentamos tornar o degrau numa descida e até conseguimos, mas entretanto, o vento põe a mota do Ricardo ao chão e, azar dos azares, a manete de embraiagem partiu-se.
O maior problema foi o facto da manete ter ficado partida praticamente junto ao encaixe da mesma, não restanto um ponta da manete para acionar a mesma.
Tivemos que tentar remediar a situação, usando braçadeiras de serrilha para puxar pela restante manete, para tentar sair dali.
Infelizmente, o passeio teve que acabar por ali mesmo, porque as braçadeiras não puxavam o suficiente para usar a embraiagem em condições. Se o Ricardo tivesse uma manete suplente, como era suposto ter, estava safo, mas não foi o caso.
Regressamos da melhor forma possível ao asfalto e apenas paramos em minha casa, onde lá consegui desenrascar uma manete que servisse na Husqy e desse para o desenrascar até casa, porque ao acionar a embraiagem através das braçadeiras, o Ricardo já estava a ganhar umas pequenas feridas.
Para a próxima continuamos o percurso em mente, mas já mais prevenidos, não é Sr. Ricardo?
De qualquer forma, foi um excelente passeio e até ao seu fim inesperado, deu para suar um pouco.
Boas Curvas!