É já na próxima semana, de 18 a 23 de Setembro, que um grupo de cerca de 20 Motociclistas se desloca à ilha de São Miguel, para participarem no Waypoint Trail Challenge Açores (WTC).
Esta é uma prova de orientação e navegação, com componente aventura, e realizada pela Espaço Sonoros, e que, uma vez mais, escolheu a ilha de São Miguel para uma destas provas.
Um privilégio que se repete pela 2ª vez, já que em 2010 realizou-se a 1ª edição, que muito sucesso e feedback positivo originou.
Tendo em conta isto, o organizador, Filipe Elias, solicitou a colaboração de alguns Motociclistas locais, como Eu e o Nicolau Wallenstein, para algumas tarefas inerentes a este tipo de evento.
No meu caso, coube-me a tarefa de reconhecimento de alguns pontos/locais por onde os participantes poderão passar.
Os reconhecimentos são sempre importantes, porque nem sempre os pontos/locais idealizados para a prova estão acessíveis ou em condições.
Para esta tarefa, pedi ao Miranda para me acompanhar e ajudar-me, porque 2 cabeças pensam melhor que uma.
Com os dados em mapa e o GPS para nos guiar até aos pontos, partimos Domingo de manhã para a nossa missão.
O dia não se apresentava nas melhores condições e, assim que chegamos às Feteiras, a chuva surgiu e não nos largou durante muito tempo. Ainda bem que estávamos devidamente equipados
Pequena paragem nas Feteiras:
Foi uma pena estar um dia chuvoso e algum nevoeiro, porque os pontos a verificar eram interessantes…
Nos Mosteiros parecia que a chuva estava a abrandar.
Também andamos pelas Sete Cidades, com muitas passagens por percursos fora de estrada. Aliás, fizemos mais fora de estrada do que o esperado, o que foi bom, porque tornou o nosso trabalho mais divertido e deu para matar saudades de um TT com a ADV.
Também andei a testar as capacidades aquáticas da minha mota:
Contudo, assim que coloquei a mota na água, o piso arenoso estava tão mole, que vi a coisa feia. Mas bastou um pouco mais de empenho no acelerador, e a ADV safou-se sem dificuldades de maior.
Bora lá “cavar” daqui para fora:
Cumeeiras, com a sua sempe vista espectacular.
Entre as Sete Cidades e Covoada:
A manhã foi essencialmente ocupada neste lado da ilha, e, diag-se de passagem, pensamos que esta seria uma tarefa mais rápida. Mas não, no mapa os pontos parecem próximos, mas na prática estavam, muitas vezes, bem afastados uns dos outros.
Reservamos a tarde para o lado opoeto da ilha, ou seja, Nordeste e arredores.
Uma zona grande e que nos exigiu um ritmo despachado, de forma a conseguirmos completar esta zona.
A construção das scut, assim como algumas novas rotundas, levou frequentemente a alguns erros de navegação, visto que as indicações do GPS eram contraditórias em relação às novas construções. Mas após analisarmos melhor a área onde o GPS nos dava indicações contraditórias, lá encontramos o caminho certo. Conclusão, o mapa do GPS ainda não está actualizado com as novas scut.
Achadinha:
Novamente, o fora de estrada fez parte dos reconhecimentos desta zona, com os Graminhais e Tronqueira a serem os cenários principais, com os seus muitos estradões a permitirem um ritmo animado e divertido, a par de uma excelente paisagem e envolvência.
Graminhais:
A Tronqueira é, talvez, a minha zona fora de estrada favorita desta parte da ilha. Além da sua beleza natural e vista magnífica, permite momentos de condução muito bons.
Contudo, ao entrarmos na Tronqueira sentido Nordeste - Povoação, deparamo-nos com um sinal de proibição, o que não é normal nesta zona.
Ignoramos e seguimos em frente e, até chegarmos ao miradouro da Tronqueira, nada que justificasse o dito sinal.
Uma zona que transmite uma sensação de vastidão, mesmo sabendo que estamos numa ilha.
Apesar do sinal de proibição, seguimos do miradouro em frente, continuando a não surgir nada que justificasse o sinal. Deparamo-nos com uma zona que tinha sido alvo de abate de árvores, revelando uma paisagem espectacular:
Mas não tardou muito até encontrarmos a razão pela qual colocaram o sinal de proibição, ou seja, sensívelmente a meio, deparamo-nos com uma grande derrocada:
E não era uma simples derrocada, era daquelas com troncos de árvores, pedra e muita terra do tipo pedra pomes:
Na foto abaixo é possível ver a diferença de altura do trilho, a parte onde se encontra o Miranda é a da derrocada:
Estava impossível de passar, não só pelos troncos de árvore e diferença de altura, mas principalmente por causa da terra da derrocada, que estava muito mole, ou seja, o simples andar em cima da mesma levava a que as nossas pernas ficassem enterradas até quase ao joelho:
Estava visto que tínhamos que voltar para trás e que os participantes do WTC não vão conseguir fazer a Tronqueira na sua totalidade. Conclusão, para se chegar ao miradouro da Tronqueira, só mesmo pelo lado do Nordeste, pelo lado da Povoação é impossível.
Apesar de já ser fim de tarde, ainda tivemos tempo de dar um salto ao topo do Pico Bartolomeu, onse fomos bafejados pela sorte e conseguimos apanhar a vista praticamente sem nevoeiro:
Mas as nuvens já estavam a querer invadir a paisagem:
E com este último spot, demos por terminado o dia, pois já estávamos cansados e já caminhava para noite.
Resumindo, foi um dia bem passado, não só pelas zonas onde passamos, mas também por estarmos a fazer aquilo que mais gostamos, ou seja, andar de mota.
Foram quase 365 kms realizados num só dia…, é obra, tendo em conta que estamos numa ilha.
Uma vez mais, foi um privilégio poder ajudar a organização do WTC, não só por ser um evento relacionado com o Motociclismo, mas também pela simpatia e disponibilidade da organização.
Outro factor importante, é o facto de ser mais um evento que contribui para a divulgação dos Açores. Um pormenor cada vez mais importante no desenvolvimento das nossas ilhas.
E, claro, o meu obrigado ao Miranda por me ajudar nesta tarefa.
Pronto, agora resta esperar pela chegada dos nossos amigos Motociclistas Continentais e, se possível, acompanhar-lhes ao longo deste evento.
Boas Curvas!