Nos últimos tempos, a LC8 recebeu mais alguma atenção, que é como quem diz, mais alguns mimos
Alguns visaram a evolução, outros por força da manuenção.
Começando com a evolução, à muito que desejava alterar o ecrã de série para um mais ao estilo das motas de Dakar, tal como a LC8 do Meoni.
A opção no mercado pertence à Rally Raid Products, a qual fornece um ecrã exactamente como desejava.
Vi primeiramente este ecrã à venda na KTM Twins, mas como este site é americano, encomendar ao mesmo tornar-se-ia dispendioso, especialmente devido às taxas alfandegárias.
Desisti da ideia por uns tempos, até que numa visita à página da Rally Raid Products encontrei o mesmo a um preço mais simpático e sem ser necessário adicionais de taxas alfandegárias, pois o produto viria da Inglaterra.
Encomendei numa quinta-feira e recebi numa terça-feira, mais rápido era impossível.
Este ecrã não é como o de série, ou seja, que dá para ver através do mesmo, é em fibra, mais baixo 5 cm em relação ao de série e com a extremidade a ser ligeiramente curvada para a frente, tal como os ecrãs das motas de Dakar.
Apenas não gostei de um aspecto, na parte detrás a fibra não vem pintada, vem em “bruto”:
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Na minha opinião, não é por pintarem esta parte que ia encarecer mais o produto, além de que a imagem que passam não é lá muito positiva. Enfim, daquelas coisas que não se percebem…
Conclusão, mãos à obra e pintei esta parte com tinta de spray:
A tinta aderiu sem problemas:
Enquanto o ecrã secava, desmontava o de série:
Assim que ficou seco, passou-se à montagem, com a furação dos parafusos a estar correcta e sem precisar de qualquer ajuste:
A diferença de comprimento para o de série é notória:
A parte detrás após pintada ficou com um aspecto bem melhor e mais cuidado:
Com tudo montado, o resultado final é o pretendido, ou seja, um visual mais ao estilo das motas de Dakar e, digo eu, mais bonito:
Em termos dinâmicos, poderá parecer que este ecrã ao ser mais baixo protege menos contra o vento, mas não, o facto da extremidade estar um pouco curvada para a frente acaba por desviar o fluxo do ar. Maravilha!
Passando para outra área, já estava na altura de substituir o kit de transmissão, ou não tivesse a corrente partido quando circulava a mais de 170 kms/h…
Enfim, esta transmissão já tinha atingido o seu limite e já tinha apanhado todo o tipo de uso e, mesmo com boa manutenção, não há milagres.
De tantas opções no mercado e aos mais variados preços, acabei por montar um kit composto por peças oriundas de diferentes marcas/origem, ou seja, pinhão de ataque da Power Parts da KTM adquirida na SRMOTO, cremalheira de 2 componentes (aço + alumínio) da SuperSprox (ebay) e corrente da EK, adquirida na Equiponda e no comprimento ao gosto do cliente, ou seja, vendida ao metro.
Este kit híbrido combinou muito bem e o resultado final foi melhor do que aquilo que estava antes, com a cremalheira da SuperSprox a destacar-se, quer pela sua construcção robusta e cor dourada:
Em termos de relação, manteve-se 16 X 42, apesar de ter andado com vontade de experimentar uma cremalheira de 45 dentes. Talvez numa próxima vez
Por último, melhoria da carburação através de um kit da FactoryPro:
Este kit é composto por diversas peças que visam melhorar e ajustar os carburadores.
O kit da FactoryPro visa, também, eliminar eventuais “poços” na rotação, fruto de um sistema de escape de rendimento, como no meu caso. Além disso, melhora as prestações, mas afinar carburadores não é propriamente tarefa para um leigo na matéria, requer sensibilidade, sabedoria, paciência e testes dinâmicos.
Por outras palavras, implica desmontar e montar várias vezes os carburadores, para afinar o ar, gasolina e demais “parafusinhos” até se acertar com a combinação ideal.
Para esta tarefa, recorri ao André Cabral, grande entusiasta do Enduro e da mecânica, especialmente no que toca a afinações.
Ora bem, após alguns dias de monta e desmonta carburadores, e de vários testes de estrada, lá se chegou a uma correcta afinação. Não foi fácil e exigiu muita paciência, mas atingiu-se o objectivo.
Conclusão, a resposta ao acelerador ficou um pouco mais rápida e cheia, mesmo em baixa e médias rotações, mas especialmente entre as 7.000 e 9.000 rpm, onde o empurrão/aceleração ficou mais forte, sem andar a “mastigar” rotação. Além disso, não se nota qualquer “poço” ao longo da rotação, sempre a subir com vigor.
Como disse o amigo Miranda após experimentar, “tá mais maluca e dá vontade de acelerar”
No entanto, se for para andar com calma, nota-se que estes novos “jets” (165 carburador dianteiro e 160 carburador traseiro) tornaram a resposta mais linear neste aspecto, não havendo hesitações ou resposta tipo “on-off”. Está mesmo agradável.
Importante lembrar que, a proximidade do mar, índices de humidade, entre outros aspectos, influenciam a afinação dos carburadores.
Claro que só tenho a agradecer ao André Cabral, porque fez um excelente trabalho, onde foi notável o seu empenho, experiência e sensibilidade nesta matéria.
O homem desmontou várias vezes os carburadores e demais peças para chegar aos mesmos, afinava, voltava a montar tudo, testava. Processo repetido imensas vezes até acertar.
Muito obrigado André, foste incansável
E para já é tudo!
Como sempre, alterações feitas a gosto e que melhoraram a LC8 nas respectivas áreas a que se destinavam.
Quando penso que já tinha alterado tudo o que pretendia, surge sempre mais qualquer coisa.
O trabalho nunca está terminado, há sempre espaço para evoluir