Muita coisa aconteceu logo no inicio,
pois vi encalharem 5 embarcações e consegui ajudar duas delas...
e o "pequeno" Bote nunca soube o que era encalhar eheheh
mas tal como no nosso mundo das 2 Rodas,
nunca se vira as costas a quem esta atascado e a necessitar de ajuda
A Ponte Vasco da Gama, era o marco que me dizia que os primeiros 20km estavam feitos...
e como estava nos lugares da frente, algo me dizia que estava a deslizar bem...
A Vasco da Gama é na realidade enorme
e sentimos um frio, ou um fresco impressionante quando passamos por debaixo dela
até arrepia, acreditem, também iriam sentir isso,
porque era um dia de muito calor e ela faz uma bela sombra eheheheh
Adeus Ponte Vasco da Gama, ou até amanhã...
olá "Cala das Barcas" e agora era sempre a direito e a subir...
e algo me dizia que se os primeiros 20kms foram fáceis,
ou restantes 60 também seria algo que estava ao nosso alcance
A largura do Tejo nesta zona é enorme
é um autentico mar interno, conhecido pelo Mar da Palha...
alem de ser quilómetros de agua a perder de vista, esta zona pode tornar-se muito traiçoeira quando se levanta ventos fortes...
Continuava-mos o nosso caminho...
3/4 do caminho estavam cumpridos, e continuava muitas velas atrás de nós...
era imagem linda de se ver... nesta altura ia muito descontraído e maravilhado com a paisagem.
Eu tinha sido avisado por muita gente, que em Alhandra o vento seria um problema serio,
e dito e feito...
parecia que nas margens existia uma maquina de fazer vento,
refregas bem carregadas como nunca tinha visto,
era vento forte sempre a soluçar...
Enquanto a maioria trocava as velas pelo motor auxiliar, o Mirror rasgava caminho e saltava de onda em onda... as fortes refregas (rajadas) tentavam vira-lo, mas ele ainda ganhava mais velocidade...
...e pronto
tínhamos chegado a Vila Franca de Xira
estávamos novamente no meio do mundo dos "grandes"
Varinos "Sou do Tejo" & "Liberdade"
Os mamutes do Tejo
As canoas do Tejo são as rainhas e senhoras da velocidade,
desengane-se que um moderno veleiro do mesmo tamanho lhe consegue fugir com ventos rijos,
o seu peso que anda na casa das 4 toneladas permite usar enormes velas,
e o seu casco que se encontra a baixo da linha de agua, tem umas linhas muito antigas mas muito aerodinâmicas...
Canoa "Princesa do Tejo" (
video facebook) e a Canoa "Canastrinha"
Catraio "Baltazar" que foge um pouco ao normal catraio, apenas porque está cabinado.
Os catraios nasceram para o transporte de passageiros, ou seja foram em tempos os cacilheiros do Tejo
O "Baltazar" nasceu com um destino diferente, e está muito bem preparado para fazer cruzeiros de varias semanas no Tejo,
Os catraios é claro que são rápidos, e se tiverem uma vela latina nem se fala...
mas quando se fala de embarcações à vela o comprimento do casco é determinante para a velocidade, e visto que para ser catraio não pode ir além dos 6,5 metros, torna-se uma "desvantagem" (entre aspas) quando comparado com as canoas...
Mas fica na minha memoria o catraio "DENEB" O Má Cara...
Este catraio e a sua tripulação transmitia uma mensagem de calma e serenidade do caraças,
ou seja, tinha encalhado 5 embarcações, e tudo dizia que a deles seria a próxima,
o homem do leme perguntou-me:
- conhece o fundo do rio nesta zona?eu respondi que não e que era a primeira vez que ali passava...
ele respondeu
- então já somos 4 e sorriu! Mas foi uma imagem linda de se ver, eles calmamente e muito organizados e serenos iam apalpando o fundo com uma vara, e progredindo lentamente, com bons métodos e sem qualquer tipo de pressas...
e foi a surpresa das surpresas, quando me disseram que essa equipa tinha sido a vencedora absoluta da regata/cruzeiro...
O "Pancho" conhecido pelo "Mirror do Tejo" ou simplesmente pelo "Navio"
era de longe o meu preferido, apenas por uma simples razão:
- porque faz equipa comigo,e não trocava a viagem de regresso a casa a bordo dele, por nenhum outro
(Continua)