Fica aqui um resumo da minha participação na Baja Portalegre.
No meu blog tenho mais fotos e está mais completa
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A minha participação na 25ª Baja Portalegre 500 começou com um desafio feito pelo Pedro Carrilho:
- João não queres participar na Baja?
- Deves estar doido, aquilo é para prós.
- Vão abrir uma classe para as Maxi Trails.
- Não vai dar, devo ir à Áustria nessa altura.
A viagem não se concretizou e a participação na Baja começou a tomar forma. Passo seguinte falar com o Hélio. Resposta: “Estou pronto” alias como sempre. Começámos a preparar as coisas, data das inscrições, valores, número de Kms, etc. A grande maioria das pessoas com quem falávamos sobre a Baja, diziam que era uma loucura, muito duro, com muita lama, que as nossas motos não eram próprias. Mas o nosso lema é: Ver para crer.
Inicialmente a Classe Maxi Baja iria fazer 300 Kms e a Classe Classic Baja 150 Kms, depois passou para 150 e 75 Kms respectivamente. Eu podia inscrever-me na Classic porque a minha AT é de 1992, mas optei pela Maxi Baja por serem mais Kms. No final as duas classes acabaram por fazer o mesmo percurso.
Pormenores:
- Inscrição na prova 100 €
- Licença para uma prova da federação (necessário atestado médico) 100 €
- 27/10/2011 Vistorias Técnicas
- 28/10/2011 Prólogo 5,52 Km
- 29/10/2011 Prova 172,56 Km
Uma prova em grande para comemorar as bodas de prata da Baja Portalegre e para homenagear os seus fundadores: José Megre e Pedro Villas Boas
Para a Baja decidi rectificar o motor da minha Africa Twin, estava a gastar mesmo muito óleo e aos 19 anos já merecia. Mais uma vez levei-a ao Pedro “Barbaças” para tratar da menina. Ficou como novo:
Para além disso coloquei um pneu de trás novo Continental TKC 80 e um pára-brisas antigo que estava partido, mais pequeno.
Dia da partida para Portalegre - 27 de Outubro
Saímos do Porto por volta das 9 horas, em direcção a Coimbra para ir buscar a AT que ainda estava no Barbaças. O Hélio aproveitou para mudar o pneu de trás. Colocámos as motos no atrelado e alá que se faz tarde.
A viagem correu bem. Fomos, por engano, até Leiria pela nacional e depois AE até Portalegre.
Paragem para meter gota e almoçar e por volta das 16 horas chegámos ao destino.
o meu patrocinador oficial Barbaças Racing Corporation
Fizemos a creditação e entramos no recinto da NERPOR.
Quando lá chegámos já lá estava a equipa Bomcar (
http://www.bomcar.pt" onclick="window.open(this.href);return false;" que iria dar assistência à BMW do Hélio e por simpatia à minha AT. Pessoal muito porreiro, bem disposto e sempre pronto a ajudar.
Descarregámos as motos e fomos tratar da papelada e preparar as motos para as verificações técnicas, que estavam marcadas para as 18 horas.
as meninas do ACP muito simpáticas e sempre prestáveis
Colocámos os Autocolantes e os dorsais e lá fomos para as vistorias técnicas. Verificaram as luzes, o tapete ecológico, capacete, nº do quadro e pintaram o motor e a ponteira.
já com os colantes
o pintor de serviço
isto de pintar as nossas máquinas sem pedir autorização…
Como estava tudo nos conformes, estacionámos as motos no parque fechado onde passaram a noite.
Ainda esperámos pelo Briefing, que para os motards, não teve grande interesse. Valeu pela homenagem a Pedro Vilas Boas um dos fundadores da Baja Portalegre, que este ano voltou a participar de moto e com a bonita idade de 70 anos.
Prólogo - 28 de Outubro
A saída para o prólogo foi às 8:23. Tivemos que acordar bem cedo e chegámos mesmo em cima da hora. Infelizmente perdi a peça que liga a GoPro ao capacete, resultado nada de filmagens do prólogo, imperdoável.
Fomos a correr para o parque fechado e arrancámos para o inicio do prólogo.
à espera da oredem de partida
Ia começar a Baja e o nervoso miudinho também já tinha começado. O Hélio saiu à frente e logo a seguir arranquei eu, seguido do Filipe Elias.
O Filipe apanhou-me e ainda o consegui acompanhar durante uns metros. Depois apanhámos o Hélio. O Filipe foi-se embora e o Hélio acabou logo a seguir a mim. Ficam as fotos:
o Hélio já com o pneu da frente em baixo
Havia duas passagens por um riacho muito fixes e um pequeno salto no fim.
Correu bem. O Hélio acabou o prólogo com o pneu da frente em baixo. Se não, não o conseguiria apanhar. Fomos logo procurar uma oficina que pudesse resolver o problema. Na primeira estação de serviço, parámos, para encher o pneu e por incrível que pareça, nunca mais perdeu ar.
Depois do almoço fomos dar uma espreitadela ao prologo dos carros e ainda tivemos a companhia do Carlos Begonha e do Pedro Carrilho que vieram dar uma forcinha, montados nas suas bonitas Africa Twins. Grandes emAzimutianos.
um blog que vale a pena visitar
30 de Outubro
Tinha chegado o grande dia. Esperavam-nos 172 Km de TT. Para nós, Maxi Baja, estava reservado a parte sul do circuito. Às 11 da manhã estávamos a sair do parque fechado e pouco depois começava a prova.
Ao meu lado saia o nº 409 (André Nunes), andámos juntos durante a primeira meia hora. Terreno bastante acessível, com zonas muito rápidas onde se podia, para quem os tinha bem no sítio, rolar mesmo muito depressa. O meu limite foram os 120 Km/h e mesmo assim só pensava o que poderia acontecer se um simples caracol se atravessasse à minha frente.
O pior foi à passagem da meia hora. Numa zona em asfalto, devia ir a uns 90 Km/h e falhei completamente a travagem para uma curva. Não sei como, mas não me magoei e a AT só se safou porque tinha todas as protecções, mesmo assim ficou com o depósito amolgado e as carnagens raspadas e soltas. O Hélio que vinha logo atrás parou para dar uma ajudinha e me dar nas orelhas. Seguimos caminho logo a seguir. Em pouco tempo mais duas quedas, estas quase parado. Foi então que pensei, se continuo assim vou passar mais tempo no chão do que em cima da AT. Passei a ter mais concentração e mais cuidado na abordagem aos obstáculos. Resultou, devo ter andado pelo menos uma hora sem cair.
foto João Girão
foto João Girão
foto João Girão
foto João Girão
Depois disso as quedas voltaram, mais duas, o cansaço começava a fazer moça. Na primeira a AT recusou-se a pegar. Tive que trocar um fusível, mais uma vez com a ajuda do Hélio, e pouco depois tive que voltar a parar porque a protecção da mão encravou a manete do travão da frente.
Na última passei com a roda da frente por cima de uma rocha, quando foi a vez da roda de trás levei um coice que me fez passar por cima da moto e aterrei de cabeça. Mais uma vez tive sorte, a AT acabou por perder o pará-brisas e mais uns plásticos.
O Hélio fez uma prova fantástica, com a sua GSA com 260 Kg, sempre na minha roda. Com um bom ritmo e quase sem ir ao chão. E uma grande ajuda aquando das minhas quedas.
Finalmente o fim. Onde mais uma vez estava o Pedro Carrilho à nossa espera para nos dar um abraço e os parabéns.
Fiquei todo dorido, pernas, braços, ombros, costas, pescoço. Para além de umas nódoas negras.
Mas valeu bem a pena. O ambiente é fantástico, ver toda a logística das grandes equipas, principalmente dos carros. Que grandes máquinas.
A organização é fantástica, tudo programado ao segundo. Estava tudo controlado, as vistorias técnicas, saída do parque fechado, inicio do prologo e da prova no sábado e chegada ao parque fechado.
Não achei o percurso muito duro, porque atipicamente não tinha muita lama, mas passámos por zonas com pedra, regos (dava para bater com os poisa pés no chão - provocados pelos carros que arrancaram primeiro), alguma areia, lama, riachos e estradões que para alguns deu para chegar aos 180 Km/h. Ou seja de tudo um pouco.
O que torna a prova dura é o número de Km. Para mim foram 3h e 25 minutos sem parar, excepto quando caía.
Mas temos umas grandes motos, aguentam tudo, se não fossem as quedas a minha Rainha tinha vindo para casa impecável. E o que elas sofrem. Pedradas, protecção do cárter a bater no chão, o suspensão a bater no fundo. É incrível.
a minha AT no final
a GSA do Hélio, imaculada
Uma palavra para o Jacinto Rodrigues, GRANDE HEROI, 395 Km, 9h14m numa AT – é verdadeiramente inspirador.
Uma coisa que aprendi com a Baja é que é muito fácil termos um azar. Apesar de dizer que o objectivo era só acabar. O facto de termos um cronometro a marcar o tempo, altera o nosso comportamento. Até em relação ao Hélio. Arrisquei mais do que devia e sem necessidade. Felizmente tive sorte…
Fica prometida uma próxima participação na Baja Portalegre, mas desta vez para fazer os 400 Km. Bem mais devagar e com muito mais cuidado.
Para acabar queria agradecer ao Pedro “Barbaças” da Barbaças Racing Corporation, Bom Car, ao Filipe Elias, José Bacelar, João Girão, Pedro Carrilho, Carlos Begonha e claro ao Hélio.
The End