Dia 1 – 20 de Julho 2012

05:15 - Bagagem despachada, controlos feitos: já estou em viagem. Após semanas, literalmente, a pensar o que transportar, e como transportar, fiquei esta noite até cerca das 2:30 a tentar fechar a mala. Isto de andar de mota tem que se lhe diga, a mala fica cheia com as protecções de joelhos, pescoço, calças, calças de chuva, protecções para o frio, GPS, telemóveis suplementares, e outros gingarelhos e respectivos carregadores, etc, etc. Ainda consegui meter umas camisolas, roupa interior e alguns medicamentos just in case. 1:30 de sono e pronto para dormir o resto nos dois aviões, 5 horas de voo, que me esperam.


O parágrafo anterior foi escrito no aeroporto de Lisboa. Entretanto começaram a aparecer os meus companheiros de viagem e aí começou a viagem mais à séria. Ou seja nunca mais tive oportunidade de escrever pois estive sempre ocupadíssimo: Andar de mota desde as 9 da manhã até às 20 ou 21, piscina de água quente, jantar e preparar as coisas para o dia seguinte. Isto de MotoTurismo é muito cansativo

Basicamente a viagem baseou-se numa volta pela costa da ilha no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, com incursões pelo interior deserto e selvagem e com parques naturais grandiosos. Para termos uma ideia da densidade populacional basta pensar que S. Miguel tem cerca de 750 km2 com 130 mil habitantes e a Islândia tem 100 000 km2 com 320 mil habitantes, sendo 2/3 na área da capital. Resta um país com populações muito esparsas e pequenas. Em termos de refeições optamos muitas vezes por comprar uma sandes de manhã e aproveitar um miradouro para a degustação pois a oferta de restauração é francamente escassa.

Retomando a crónica aterramos em Reiquiavique a meio da tarde, colocamos a bagagem no hotel, preparamos as motas com GPS, malas, etc e seguimos para a Blue Lagoon.


Entrada da Lagoa Azul


Complexo piscinas, saunas, banhos turcos e etc da lagoa azul


foto tirada às 23:00 da “noite”, após o jantar

A Blue Lagoon é o resultado do aquecimento da água do mar pela lava numa central geotérmica. O resultado é uma piscina natural fantástica, em termos de cor e qualidade da água com bastantes silicatos (benéfico para a saúde segundo o guia da Globetrotter).

Dia 2
Existem 3 atracções principais na zona de Reiquiavique obrigatórias para qualquer turista de visita a esta zona.

Começamos pelo Pingvellir nas margens do lago pingavallavatn. Acresce que VATN em Islandês corresponde a lago, VIK a costa marítima (VIKing = marinheiro)


Estrada perto de Reiquiavique


Miradouro sobre o lago pingavallavatn


descida para o lago


mais uma panorâmica da descida para o lago

Pingvellir é um símbolo da identidade Islandesa como país. Os primeiros colonos (antes do ano 1000 da nossa era) reuniam-se nesta área umas duas ou três semanas por ano e tomavam as decisões em comum, combinavam casamentos, condenações etc.



A independência da Islândia da Dinamarca foi feita na sequência da segunda Guerra Mundial. Os Americanos protegeram esta independência porque a Dinamarca nesta altura estava ocupada pelos Nazis.



O local apresenta diversas fotos destes momentos essenciais e que decorreram aqui mesmo em pleno parque natural.

Do ponto de vista geológico nesta zona passa uma das falhas que divide a placa tectónica Americana da Europeia.


Vista para o resultado do movimento de afastamento das placas


Outra perspectiva do vale. A casa à vista é a residência oficial de férias do primeiro ministro.


Local ideal para o almoço


”Parede” em panorama


Abertura provocado pelo desvio das placas americana e europeia

Seguiu-se mais uma boa estrada em direcção às nossa primeiras cascatas: Gullfoss


Em direcção às cascatas. Estas estradas são de gravilha mas muito bem mantidas


As pessoas na foto ajudam a dar uma noção de escala

Só vendo ao vivo para sentir o barulho e a vibração transmitida por esta imensa força de água a cair. E o que é mais fantástico é que nos podemos aproximar bastante da água.





A terceira atracção principal é o Geysir, um Géiser que deu nome aos outros todos. Infelizmente estava tímido e não apareceu e escondeu-se. Estava por lá um primo que teimava em “disparar” sempre que não estava a olhar. Frustação. Fica uma foto da zona, tal e qual as Furnas, Açores.



(continua...)

Sonho de viagem

fantástico

Não se faz...

Fantásticas paisagens!


A agua, depois de cair lá em baixo, segue por onde?

Espectacular!

Segue por um pequeno (em largura) riacho "enterrado" que se vê nesta foto.



A largura é pouca para tanto caudal. À distância só se vê a nuvem de gotículas de água.

Obrigado!
Isso é mesmo imenso, só agora reparei nas pessoas do outro lado lá em cima.

Muito mas mesmo muito bom

Como o Nuno Barbosa disse e muito bem... Não se faz!

Mete mais fotos

Fogo eu já ficava pasmado com as imagens que via da motoexplores lá agora mataste-me....

Excelente passeio!..

Maravilha...

Era para ter ido este ano, mas valores mais altos se levantaram. Mas para o ano, penso em fazê la. Alias, na próxima semana tenciono falar com o Carlos Martins e fazer uma pre reserva.
Excelente relato!

Like.. Muitíssimo

Xiça, dá-me comichões ler isto!
Continua!

Muito bom, estou a

Fiz a reserva desta viagem logo que acabou a de 2011. É boa ideia avançar já com este contacto.

Obrigado pelos vossos simpáticos comentários.

Entretanto reduzi um pouco o tamanho das fotos (1024 pixeis de largura cada) pois em monitores mais pequenos (como o meu do trabalho, por exemplo) elas ficavam cortadas à direita.

Abraços

Uau...

Dia 3
Aqui o sol nasce às 3 da matina. Na realidade o céu nunca fica completamente escuro permanecendo um lusco fusco durante a noite. Como não consegui ver o géiser no dia antes tinha pensado acordar um pouco mais cedo e ir la tirar fotografias. Mas continuava a chover pelo que a preguiça falou mais alto.
Começamos o passeio com chuva. Primeira paragem aqui neste “casamento” de dois rios, um local digno de fotografia.




Motard’s à vista

Logo a seguir um pequeno azar, prontamente resolvido.



Aproveitei para ir experimentando a GoPro enquanto esperamos pela resolução do problema.


Um sítio nada mau para fazer tempo

Entrada de seguida numa pista de mais 100 km de terra, cinzas, lama (continuava a chover) e muitas, mas mesmo muitas, travessias de água. Além disto esta pista passa nas encostas de um dos vulcões mais activos da Europa, o Hekla (aquele do nome esquisito, Eyjafjallajokull, também não fica muito longe).

As fotos seguintes tentam passar uma imagem dos “maus” caminhos percorridos e as diferentes paisagens atravessadas, quase sempre debaixo de chuva. Infelizmente como estava a usar a GoPro no capacete pela primeira vez tive de deitar fora a maior parte das fotografias pois a câmara ficou apontada para baixo.






Vulcão Hekla ao fundo, debaixo das nuvens


O cronista e a sua montada


No deserto negro (resultante das cinzas vulcânicas do Hekla)


Uma boa perspectiva

Depois do deserto a primeira travessia de rio.


Pés nos patins, Olhar em frente e ACELERA.

Mais terra…



Mais terra…



…água…



…Lama



Ao fim de uns km começa-se a pensar “sou mesmo bom, com duas rodas neste terreno agreste debaixo de chuva, frio ,…”.

Nesta altura encontra-se um casal a fazer o mesmo, mas sem motor.



Mais à frente havia outro casal também de bicicleta, e com um bébé num atrelado (bem protegido).

Outros preferem andar por aqui a pé.



Enfim, o Ego voltou ao seu respectivo sítio.

Paragem para almoço debaixo de chuva.



Mais água





Mais água





Disseram-nos que esta era a última…


Jipe de apoio

…mas com a chuva do dia não foi bem assim.





Chegamos ao fim do dia exaustos e completamente encharcados, mas com um sorriso de orelha a orelha. Levei umas botas impermeáveis para atacar estas travessias, mas só serviu para que a água que entrou nas botas (por cima do cano) não saísse mais. Diga-se que só a primeira água é que custa a entrar na bota, tudo o resto serve só para refrescar mais um pouco.

Nada que um banho de imersão prolongado em água termal nuns Hot Tubes colocados no exterior, debaixo de chuva, não curasse.

Após o jantar era suposto sairmos de mota novamente para ir ver duas cascatas, mais 130 km debaixo de chuva. Mas, curiosamente, já ninguém se mexeu…
(Continua…)

Absolutamente maravilhoso, Islândia é sem sombra de duvida uma viagem de sonho....Parabens pelo excelente relato e pelas fotos

Espectacular!

Continua com o relato, que a malta está a adorar

Muito bom . Keep it coming

não falta aqui nada??